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17/09/2008 - 13h53

Morales pede que negociação por paz na Bolívia comece ainda hoje

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da Folha Online
da Efe, em La Paz

O presidente boliviano, Evo Morales, pediu aos cinco governadores da oposição que comece ainda nesta quarta-feira a negociação por um acordo de paz e de conciliação nacional que só iniciaria amanhã (18). Em um discurso proferido no Palácio do Governo, em La Paz, Morales convocou os governadores a estarem entre as 16h e 17h (17h e 18h no horário de Brasília) desta quarta na cidade de Cochabamba.

Morales propôs que a comissão de negociação trabalhe a portas fechadas a fim de chegar a um resultado muito antes do prazo previsto, que é de um mês.

Arte/Folha Online

Morales tem pressa porque o acordo, quando selado, deverá pôr fim ao embate que existe, desde a eleição, entre o governo dele e seus departamentos de oposição: Santa Cruz, Beni, Chuquisaca, Tarija e Pando. No caso do último, ainda não está clara qual será a participação na negociação do governador Leopoldo Fernández, preso ontem (16).

Fernández é acusado pelo governo federal de ter incentivado o episódio mais violento da atual crise, a chacina de ao menos 15 pessoas --na maioria camponeses pró-Morales-- ocorrida na última quinta-feira (11) na localidade de El Porvenir, em Pando.

O pré-acordo prevê, entre outros pontos, a devolução para os departamentos de oposição do imposto sobre o gás que, desde janeiro passado, o governo federal destina ao pagamento de um benefício para idosos; as autonomias administrativas de Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija; a desocupação de prédios públicos ocupados por manifestantes nesses departamentos; e a investigação da autoria da chacina de Pando.

Nas negociações para o pré-acordo, os governadores de oposição foram representados pelo governador de Tarija, Mario Cossío. No discurso desta quarta, Morales criticou a distribuição à mídia de uma cópia do documento sem a assinatura de Cossío. Por parte do governo, esse pré-acordo foi assinado por dois vice-ministros, disse o presidente.

Com a convocatória antecipada, também não está clara qual será a participação da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), Igreja Católica, União Européia e ONU. No pré-acordo ficou estabelecido que essas instituições acompanhariam os diálogos de governo e oposição.

Enquanto durarem os diálogos pelo acordo final, o governo deixará de lado a realização do referendo para a nova Constituição que está marcado para janeiro próximo. Os opositores afirmam que a nova Carta Magna é excessivamente estadista e indigenista.

Reuters
Fernández foi ao centro de Cobija ontem
O governador de Pando, Leopoldo Fernández, preso na terça

Chacina

O governador de Pando, Fernández, foi preso ontem por militares na capital regional de Cobija acusado de ter incentivado a chacina de El Porvenir. Ele nega.

Para o governo federal, o episódio foi uma emboscada contra os camponeses, que iam para uma reunião de organizações pró-Morales. Reportagem publicada pela Folha revelou, com base em relatos de sobreviventes e imagens às quais a reportagem teve acesso, que houve participação de funcionários do governo regional de Pando na ação.

Devido à chacina, Pando permanece sob estado de sítio desde sexta-feira (12). Desde então, os militares já prenderam ao menos dez suspeitos de envolvimento no crime.

Com France Presse e Associated Press

 

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