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Opositora de Morales diz estar refugiada no Brasil; ONU nega
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da Folha Online
O jornal "Los Tiempos", de Cochabamba (Bolívia), noticiou nesta sexta-feira que a presidente do Comitê Cívico do departamento (Estado) boliviano de Pando, Ana Melena, disse ter obtido status de refugiada no Brasil, ontem (25), na cidade brasileira de Brasileia (AC). Em nota, o Acnur (agência da ONU para refugiados) negou a afirmação.
Brasileia recebeu dezenas de opositores do presidente boliviano, Evo Morales, depois que o governo federal decretou estado de sítio em Pando, no último dia 12. O governo afirma que adotou o estado de sítio devido ao nível de violência alcançado, dias antes, em um ataque a camponeses pró-Morales, na localidade de El Porvenir. Ao menos 17 morreram.
De acordo com o "Los Tiempos", Melena estava desaparecida desde o último dia 13, um dia depois da decretação do estado de sítio. Em Brasileia, ela disse que seria transferida a uma outra cidade brasileira.
Na nota, o Acnur diz que "não concedeu refúgio" a Melena e não comenta casos individuais porque "a solicitação de refúgio no Brasil é pautada pelo princípio da confidencialidade".
Na entrevista ao "Los Tiempos", Melena teria afirmado que os trâmites foram realizados pelo "governo brasileiro e pelas autoridades do Acnur". "Informou também que há outros pandinos seguindo o mesmo caminho. Um deles é Ricardo Shimokawa, vice-presidente cívico, que está a ponto de obter a mesma certificação", informa a publicação.
Depois da decretação do estado de sítio, ao menos dez pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na chacina. Entre elas está o governador de Pando, Leopoldo Fernández. Ele permanece preso na cadeia de São Pedro, em La Paz, acusado de ter incentivado o crime e desrespeitado o estado de sítio.
Fernández é um dos cinco governadores de oposição da Bolívia --que tem, ao todo, nove governadores.
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