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12/09/2002 - 15h16

Confira a segunda parte do discurso de Bush na ONU

da Folha Online

"Hoje, já faz quase quatro anos desde a última vez que os inspetores da ONU pisaram no Iraque, quatro anos para o regime iraquiano planejar, construir e testar atrás do manto do segredo.

"Nós sabemos que Saddam Hussein busca armas de destruição em massa mesmo quando os inspetores estavam em seu país. Nós devemos assumir que ele parou quando eles saíram? A história, a lógica, e os fatos levam a uma conclusão: o regime de Saddam Hussein é um perigo sério e acumulado. Acreditar em outra coisa é ter esperança contra a evidência. Acreditar na boa fé deste regime é apostar a vida de milhões e a paz do mundo em um jogo rápido. E este é um risco que nós não devemos correr.

"Delegados da Assembléia Geral, nós temos sido mais que pacientes. Nós tentamos sanções. Nós tentamos a troca de óleo por comida e ataques da coalizão militar. Mas Saddam Hussein tem desafiado todos esses esforços e continua a desenvolver armas de destruição em massa. A única vez que nós podemos estar completamente certos que ele tem armas nucleares é quando -Deus nos livre- ele as usar. Nós devemos a todos os nossos cidadãos fazer algo que está em nosso poder para evitar que esse dia chegue.

"A conduta do regime iraquiano é uma ameaça à autoridade das Nações Unidas e uma ameaça à paz. O Iraque tem respondido a uma década de exigências da ONU com uma década de desacato. Todo o mundo agora está diante de um teste, e as Nações Unidas diante de um momento difícil de definição. As resoluções do Conselho de Segurança serão honradas e reforçadas, ou abandonadas sem consequência? As Nações Unidas servirão ao propósito de sua fundação, ou isso será irrelevante?

"Os Estados Unidos ajudaram a fundar as Nações Unidas. Nós queremos que a Organização das Nações Unidas seja efetiva, e respeitável, e bem-sucedida. Nós queremos que as resoluções do mais importante corpo multilateral do mundo sejam cumpridas. E, neste momento, estas resoluções estão sendo unilateralmente subvertidas pelo regime iraquiano. Nossa parceria de nações pode encarar o teste antes de nós, deixando claro o que nós agora esperamos do regime iraquiano.

"Se o regime iraquiano deseja paz, vai imediatamente e incondicionalmente renegar, revelar e remover ou destruir todas as armas de destruição em massa, mísseis de longo alcance e todo o material relacionado.

"Se o regime iraquiano deseja paz, vai imediatamente encerrar todo o apoio ao terrorismo e agir para contê-lo, como todos os Estados devem fazer de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança.

"Se o regime iraquiano deseja paz, vai cessar a perseguição a sua população civil, incluindo xiitas, sunitas, curdos, turcomanos e outros, novamente como exigem as resoluções do Conselho de Segurança.

"Se o regime iraquiano deseja paz, vai libertar ou dar satisfações sobre todos os envolvidos na Guerra do Golfo cujo destino é ainda desconhecido. Ele vai entregar os restos mortais de todos que foram mortos, entregar a propriedade roubada, aceitar pagar indenizações por perdas resultantes da invasão do Kuait, e cooperar totalmente com os esforços internacionais para resolver essas questões, como exigido pelas resoluções do Conselho de Segurança.

"Se o regime iraquiano deseja paz, vai imediatamente parar o comércio ilícito fora do programa 'petróleo por comida'. Vai aceitar a administração dos fundos do programa pela ONU, para assegurar que o dinheiro é usado justamente e prontamente para o benefício do povo iraquiano.

"Se todos esses passos forem tomados, isso vai mostrar um novo Iraque franco e responsável. E poderia abrir a possibilidade das Nações Unidas ajudarem a construir um governo que representa todos os Iraques -um governo baseado no respeito dos direitos humanos, na liberdade econômica, e em eleições supervisionadas internacionalmente.

"Os Estados Unidos não têm rixa com o povo iraquiano; eles têm sofrido por muito tempo em uma prisão silenciosa. Liberdade para o povo iraquiano é uma grande causa moral, e um grande objetivo estratégico. O povo do Iraque merece; a segurança de todas as nações pede. Sociedades livres não intimidam pela crueldade e pela conquista, e sociedades abertas não ameaçam o mundo com assassinato em massa. Os Estados Unidos apoiam a liberdade política e econômica de um Iraque unificado.

"Nós não podemos manter ilusões -e é importante lembrar disso hoje. Saddam Hussein atacou o Irã em 1980 e o Kuait em 1990. Ele atirou mísseis balísticos no Irã e na Arábia Saudita, Bahrein e Israel. Seu regime já ordenou a morte de todas as pessoas entre 15 e 70 anos em algumas vilas curdas no norte do Iraque. Ele já envenenou muitos iranianos e 40 vilas iraquianas.

"Minha nação vai trabalhar com o Conselho de Segurança da ONU para reconhecer nosso desafio comum. Se o regime do Iraque nos desafiar novamente, o mundo deve se mover deliberadamente, decididamente manter o Iraque sob controle. Nós trabalharemos com o Conselho de Segurança da ONU pelas resoluções necessárias. Mas os propósitos dos Estados Unidos não devem estar sob suspeita. As resoluções do Conselho de Segurança serão reforçadas -a simples exigência de paz e segurança será obtida- ou a ação será inevitável. E um regime que perdeu sua legitimidade vai perder seu poder.

"Os eventos podem se dirigir para um ou dois caminhos: se nós falharmos em agir diante do perigo, o povo do Iraque continuará a viver sob brutal submissão. O regime terá novo poder para intimidar e conquistar seus vizinhos, condenando o Oriente Médio a mais anos de derramamento de sangue e medo. O regime permanecerá instável -a região permanecerá instável, com pouca esperança de liberdade, e isolada do progresso de nosso tempo. Em cada passo que o regime iraquiano dá em direção da conquista e do desenvolvimento das mais terríveis armas, nossas próprias opções para confrontar esse regime diminuem. E se um regime encorajado fornecer essas armas para aliados terroristas, então os ataques de 11 de setembro serão um prelúdio de horrores muito maiores.

"Se nós encararmos nossas responsabilidade, se nós superarmos este perigo, nós podemos chegar a um futuro muito diferente. O povo do Iraque pode livrar-se de seu cativeiro. Eles podem um dia se unir ao Afeganistão democrático e à Palestina democrática, inspirando reformas pelo mundo muçulmano. Estas nações pode mostrar seus exemplos que um governo honesto, respeito pelas mulheres e a grande tradição islâmica de aprendizado podem triunfar no Oriente Médio e além. E nós mostraremos que a promessa das Nações Unidas pode ser cumprida em nossa época.

"Nenhum desses eventos é certo. Ambos foram determinados antes de nós. Nós devemos escolher entre um mundo de medo e um mundo de progresso. Nós não podemos ficar de lado e não fazer nada enquanto o perigo se concentra. Nós devemos nos levantar pela nossa segurança e pelos direitos permanentes e as esperanças da raça humana. Por herança e por escolha, os Estados Unidos da América tomarão essa posição. E, delegados das Nações Unidas, vocês também têm o poder de se posicionarem.

"Muito obrigado."

Tradução de Cristina Amorim

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