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10/10/2008 - 19h07

Piratas somalis ameaçam destruir navio se não houver pagamento de resgate

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da Folha Online
da Efe, em Mogadício

Os piratas somalis que capturaram há três semanas o cargueiro ucraniano Faina, com 33 tanques e diversos armamentos a bordo, anunciaram nesta sexta-feira que explodirão o navio, sua tripulação e eles mesmos, se não receberem os US$ 20 milhões que exigem para libertá-lo.

"Se nossas exigências não forem cumpridas em três dias, a partir de amanhã (sábado), explodiremos este navio, sua carga e todos os que estão a bordo, incluindo nós", disse por telefone à agência Efe Sugule Ali, que atuou como porta-voz do grupo pirata que capturou o Faina no dia 25 de setembro.

Segundo as autoridades ucranianas a tripulação do Faina é integrada por 17 ucranianos, três russos e um letão. Um dos tripulantes, aparentemente o capitão, Vladimir Kolobkov, de nacionalidade ucraniana, teria morrido de hipertensão arterial pouco depois que as piratas abordaram a nave.

O endurecimento da posição das piratas aconteceu depois de terem dito ontem, quinta-feira, que estavam dispostos a negociar e diminuir o montante do resgate. Versões não confirmadas oficialmente indicam que poderiam aceitar US$ 8 milhões.

O Faina, de bandeira belizenha e que se dirigia ao porto queniano de Mombaça com uma carga de 33 tanques T-72, lança-granadas e abundante munição está parado nas cercanias do porto natural de Hobyo, a cerca de 500 quilômetros a nordeste de Mogadício, capital da Somália.

Resgate

Cinco nações estão atuando nos esforços do resgate do navio e da tripulação --Ucrânia, Somália, Rússia, Estados Unidos e Reino Unido. O porta-voz do governo queniano, Alfred Mutua, contudo, insistiu que o país não negociará com piratas ou terroristas.

Os ataques de piratas aumentaram nesse ano e a África continua com o maior número de ocorrências, com 24 ataques relatados na Somália e 18 na Nigéria, segundo o Escritório Marítimo Internacional.

Atacar navios tornou-se uma fonte regular de dinheiro para piratas da Somália, um país devastado pela guerra.

Organizações internacionais de direitos humanos apontam que os conflitos na Somália mataram mais de 838 pessoas desde junho. Desde o começo de uma insurgência contra o governo no ano passado, o total de vítimas é de 9.474.

A crise humanitária no país, que também é afligido pela seca, fome e pelos altos custos dos combustíveis e alimentos, é considerada a pior da África. No mês passado, um relatório da ONU informou que o número de somalis precisando de ajuda humanitária tinha saltado 77% desde janeiro, para mais de 3,2 milhões, ou um terço da população do país.

 

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