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21/09/2002 - 09h40

"Estou disposto a morrer como mártir", afirma Arafat

da France Presse, em Ramallah

Os tanques israelenses se encontram hoje a apenas dez metros do quartel-general de Iasser Arafat, cuja estrutura foi danificada por uma série de explosões de dinamite. O líder palestino, isolado desde a noite de quinta-feira (19), declarou-se "disposto a morrer como mártir" e assegurou que "jamais se renderá", ao falar por telefone com o deputado árabe israelense Ahmed Tibi.

O ministro palestino das Finanças, Salam Fayad, classificou este sábado de "tensa, difícil e muito grave" a situação no quartel general de Arafat.

"As escavadeiras continuam trabalhando e já destruíram todas as estruturas que cercam o prédio em que estamos", acrescentou.

Fayad confirmou que cerca de 250 pessoas estão no prédio e que encontram dificuldades para dormir "neste espaço reduzido".

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) pediu hoje a todas as organizações palestinas que cessem seus ataques contra os civis em território israelense, em um comunicado oficial publicado em Gaza.

"A direção palestina se opõe a todos os ataques contra civis, sejam israelenses ou palestinos. Reitera sua posição de princípio e pede a todas as forças palestinas que cessem os ataques armados contra os civis em território israelense", dizia o comunicado obtido pela agência France Presse.

Por outro lado, o governo israelense não descarta a possibilidade de um assalto do Exército, para conseguir a rendição dos 20 palestinos a quem persegue e que se encontram entrincheirados na Mukatá (quartel general) de Ramallah.

"Os objetivos são claros. Consistem, primeiro, em isolar Arafat; depois em capturar os chefes terroristas perseguidos e, terceiro, em fazer (os palestinos) pagarem um preço pelos últimos atentados", declarou o secretário de governo, Gideon Saar, à rádio Israel.

"Não debateremos a maneira como serão alcançados esses objetivos. O exército sabe perfeitamente o que tem de fazer e receberá, se for necessário, instruções do escalão político", acrescentou.

O governo israelense decidiu na quinta-feira (19) isolar Arafat em seu escritório de Ramallah e exigir a rendição de cerca de 20 palestinos, em resposta ao atentado suicida de Tel Aviv, que deixou sete mortos (incluindo o homem-bomba palestino) e 60 feridos.

Entre os procurados por Israel, figuram o chefe dos serviços de segurança para a Cisjordânia, o general Taufic Tirui, o lugar-tenente do general Tiraui e chefe das forças especiais de seu serviço, Awni El Helu, assim como o comandante da Força 17 e guarda de segurança de Arafat, Mahmud Damra, e o lugar-tenente, Khaled Chauch.

Segundo Israel, os quatro têm colaborado em atentados terroristas contra alvos israelenses.

Explosões
Na manhã de hoje, três explosões destruíram o prédio anexo aos escritórios de Arafat e também atingiram o prédio onde se encontra o líder palestino.

Durante a noite, o Exército destruiu a passarela que conecta as instalações de Arafat a uma sala de recepção próxima. Um total de 19 palestinos, que estavam no local, renderam-se depois da demolição da estrutura.

Os militares pediam aos palestinos entrincheirados nos escritórios de Arafat para que se rendam, usando alto-falantes.

O ministro israelense da Defesa, Binyamin Ben Eliezer, afirmou, no entanto, que Israel não tem intenções de "expulsar" o líder palestino dos territórios.

O Conselho de Segurança da ONU deve reunir-se na segunda-feira (23) pela manhã para debater o cerco a Iasser Arafat, anunciou em Nova York um porta-voz da ONU.

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