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30/09/2002 - 11h35

Meninas continuam sendo consideradas um "mau negócio" na Índia

da France Presse, em Nova Déli

O nascimento de uma menina continua sendo considerado um "mau negócio" na Índia, onde os abortos de fetos femininos e os infanticídios prosseguem sendo práticas comuns, apesar das medidas tomadas pelas autoridades para impedi-los.

"Matar uma menina é matar um país", disseram na semana passada estudantes de Nova Déli, que se manifestaram por iniciativa das organizações de mulheres, alarmadas com os números do último censo (2001), recentemente publicados.

As estatísticas governamentais confirmam que a Índia é um dos poucos países em que a população masculina é superior à feminina, ao contrário das tendências naturais constatadas.

A Índia tinha em 2001 um total de 1,027 bilhão de habitantes, dos quais 531 milhões de homens e 495 milhões de mulheres, ou seja, uma taxa global de 933 mulheres para cada 1.000 homens.

"Essa proporção não pára de degradar-se desde o início do século", afirmou Nafisa Alí, militante pelos direitos da mulher, que fala de uma verdadeira "praga social".

Em 1901, essa taxa era de 972 mulheres por 1.000 homens.

Este desequilíbrio é ainda maior na faixa etária de 0 a 6 anos (927 meninas para cada 1.000 meninos em 2001).

A média nacional esconde porém grandes variações entre os Estados. Por exemplo, a evolução é particularmente desfavorável para as meninas no norte e noroeste da Índia.

Nos Estados de Haryana e de Punjab (norte), a taxa passou de 955 meninas de até 6 anos de idade em 1991 a menos de 900 em 2001. Em Nova Déli, é de 865 meninas por 1.000 meninos.

Nafisa Ali disse que essa evolução se explica pela "persistência de antigas práticas de infanticídio de meninas em sua versão moderna: o aborto quando o feto é do sexo feminino" - o dado é indicado por ecografia.

"As meninas continuam sendo consideradas um mau negócio por numerosas famílias, particularmente nas camadas mais pobres da população", afirmou T.K. Matthew, diretor de uma ONG (organização não-governamental) dedicada a promover os direitos da mulher.

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