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28/11/2008 - 21h19

Protestos contra as Farc em 150 cidades do mundo têm baixa participação

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da Efe, em Bogotá

Milhares de colombianos se manifestaram novamente nesta sexta-feira nas principais cidades do país para pedir a liberdade dos seqüestrados antes do Natal, em especial os das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em resposta ao apelo feito pela ex-candidata presidencial franco-colombiana Ingrid Betancourt.

A passeata, que ocorreu em pelo menos 150 cidades, e que foi a quarta do ano, atraiu menos pessoas do que as anteriores.

A ex-candidata presidencial, libertada em 2 de julho por tropas colombianas junto a outros 14 seqüestrados, participou hoje na manifestação em Madri, e afirmou aos colombianos que seguirá lutando para que todos os seqüestrados possam ser livres, como ela é agora.

Em Bogotá, a praça Bolívar, uma das mais importantes da cidade, recebeu milhares de manifestantes que, vestidos de branco, agitando lenços e com cartazes nos quais condenavam o seqüestro, exigiam o retorno dos que "apodrecem nas selvas".

Ao meio-dia (hora local), em meio à música, soaram os sinos da Catedral Primada, gesto que se replicou em igrejas de outras cidades.

Das manifestações também participaram parentes e amigos dos chamados "passíveis de troca", 28 no total, que as Farc dizem querer libertar quando o governo fizer o mesmo com 500 membros da guerrilha presos no país e três extraditados aos Estados Unidos.

Ex-carcereiro

Em Bogotá, estiveram na passeata ex-reféns das Farc como a ex-candidata a vice-presidente Clara Rojas, companheira de cativeiro de Ingrid Betancourt, e o ex-congressista Luis Eladio Pérez, que recuperaram a liberdade em janeiro e fevereiro, respectivamente.

Na capital colombiana ouviu-se também a voz do guerrilheiro Wilson Bueno Largo, conhecido como Isaza, que fugiu em 26 de outubro em companhia do ex-parlamentar Óscar Tulio Lizcano, que tinha sob sua vigilância e que estava seqüestrado há oito anos pelas Farc.

Isaza pediu para os rebeldes abandonarem as armas, pois, em sua opinião, "a desmobilização é a saída", e lembrou que eles também poderiam passar o Natal na companhia de suas famílias, como ele mesmo fará.

Em Medellín, o cantor Juanes liderou a manifestação, mas ficou evidente que o protesto não teve tantos participantes quanto os últimos, e convidou os seqüestrados a não desistirem.

Nessa mesma cidade, o cantor equatoriano Juan Fernando Velasco, muito ligado à Colômbia, fez um rápido show no qual criticou o seqüestro como forma de pressão.

Uribe

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, apoiou a manifestação no departamento de Sucre, enquanto o vice-presidente Francisco Santos fez o mesmo em Chocó, uma das subdivisões que maior número de seqüestros registrou na Colômbia.

A passeata, cujo lema foi "Pela vida e pela liberdade, queremos os reféns em casa neste Natal", foi a quarta neste ano, depois das de 4 de fevereiro, 6 de março e 20 de julho.

A proposta foi feita por Ingrid Betancourt em 24 de outubro, quando recebeu o Prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia, das mãos do príncipe Felipe de Borbón em Oviedo, Espanha.

Betancourt, assim como a maioria dos seqüestrados que recuperaram a liberdade por diferentes meios, expressaram que um dos momentos mais difíceis se está privado de liberdade é a época do Natal.

Nas manifestações da Colômbia tiveram participação ativa a Rede Nacional de Iniciativas Cidadãs pela Paz e contra a Guerra (Redepaz), a Fundação País Livre, os veículos de comunicação e outras organizações sociais.

Segundo dados da País Livre, coletados de estatísticas oficiais, pelo menos 2.800 pessoas seqüestradas entre 1996 e 2007 permanecem cativas na Colômbia e um terço dos reféns, mais de 700, estão em poder das Farc.

As passeatas não registraram perturbações da ordem pública, segundo informações preliminares das autoridades.

 

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