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10/02/2003
-
07h37
da Folha de S.Paulo
Não haverá mudança na posição alemã sobre a guerra ao Iraque após as derrotas sofridas pelo Partido Social-Democrata (SPD) nas eleições regionais dos Estados de Hessen e da Baixa Saxônia, disse o chanceler alemão, o social-democrata Gerhard Schröder, na semana passada. "A posição alemã permanece a mesma", disse.
Mas a oposição conservadora afirma que sua vitória nos dois Estados demonstrou que o eleitorado enviou a Schröder um "sinal claro" de que não aprovava sua política externa. "O chanceler não conseguiu ganhar com base em jogos de guerra e paz", avaliou Angela Merkel, presidente da União Democrata Cristã (CDU, principal partido oposicionista).
O tom ácido dos conservadores é compreensível. Afinal, em setembro passado, Schröder obteve uma apertada vitória nas eleições legislativas gerais, garantindo a reeleição da atual coalizão (SPD e Verdes), em grande parte porque se mostrou contrário a uma ofensiva contra o Iraque. Mais de 70% dos alemães se opõem à guerra.
Todavia, a questão iraquiana pode ter sido decisiva nas derrotas do SPD. Estas, por conta de particularidades do sistema eleitoral alemão, deixaram Schröder e sua coalizão em situação complicada, já que a oposição dispõe agora de quase dois terços do Bundesrat (Câmara Alta).
"Schröder levou sua política externa aos comícios ocorridos antes do pleito de setembro passado, sustentando que, "sob seu governo", a Alemanha não participaria da ofensiva dos EUA contra o Iraque. Mas, depois, ele hesitou entre tomar uma posição clara e o medo de gerar uma crise com Washington. Com isso, os eleitores perderam confiança em seu discurso, o que lhe custou caro", disse Elmar Altvater, politólogo da Universidade Livre de Berlim.
A CDU acusa Schröder de isolar a Alemanha, não permitindo que Berlim venha a influenciar a comunidade internacional quando uma decisão final sobre o Iraque for tomada. Para o SPD, a posição oficial alemã "encontra respaldo na opinião pública".
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Coalizão se enfraquece na Alemanha
Posição alemã contrária à guerra deve se manter
MÁRCIO SENNE DE MORAESda Folha de S.Paulo
Não haverá mudança na posição alemã sobre a guerra ao Iraque após as derrotas sofridas pelo Partido Social-Democrata (SPD) nas eleições regionais dos Estados de Hessen e da Baixa Saxônia, disse o chanceler alemão, o social-democrata Gerhard Schröder, na semana passada. "A posição alemã permanece a mesma", disse.
Mas a oposição conservadora afirma que sua vitória nos dois Estados demonstrou que o eleitorado enviou a Schröder um "sinal claro" de que não aprovava sua política externa. "O chanceler não conseguiu ganhar com base em jogos de guerra e paz", avaliou Angela Merkel, presidente da União Democrata Cristã (CDU, principal partido oposicionista).
O tom ácido dos conservadores é compreensível. Afinal, em setembro passado, Schröder obteve uma apertada vitória nas eleições legislativas gerais, garantindo a reeleição da atual coalizão (SPD e Verdes), em grande parte porque se mostrou contrário a uma ofensiva contra o Iraque. Mais de 70% dos alemães se opõem à guerra.
Todavia, a questão iraquiana pode ter sido decisiva nas derrotas do SPD. Estas, por conta de particularidades do sistema eleitoral alemão, deixaram Schröder e sua coalizão em situação complicada, já que a oposição dispõe agora de quase dois terços do Bundesrat (Câmara Alta).
"Schröder levou sua política externa aos comícios ocorridos antes do pleito de setembro passado, sustentando que, "sob seu governo", a Alemanha não participaria da ofensiva dos EUA contra o Iraque. Mas, depois, ele hesitou entre tomar uma posição clara e o medo de gerar uma crise com Washington. Com isso, os eleitores perderam confiança em seu discurso, o que lhe custou caro", disse Elmar Altvater, politólogo da Universidade Livre de Berlim.
A CDU acusa Schröder de isolar a Alemanha, não permitindo que Berlim venha a influenciar a comunidade internacional quando uma decisão final sobre o Iraque for tomada. Para o SPD, a posição oficial alemã "encontra respaldo na opinião pública".
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