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03/03/2003 - 20h40

EUA protestarão por incidente com caças da Coréia do Norte

da Folha Online

Washington apresentará um protesto formal pelo incidente em que caças norte-coreanos interceptaram e perseguiram um avião espião dos Estados Unidos que sobrevoava ontem o mar do Japão, disse uma autoridade norte-americana.

"Estamos realizando estreitas consultas com a Coréia do Sul e nossos outros aliados. Os estamos consultando sobre como protestaremos por este incidente, e a forma mais apropriada de apresentar esse protesto", disse a autoridade, que pediu para não ser identificada.

Caças norte-coreanos interceptaram um avião espião dos Estados Unidos ontem e o seguiram durante 22 minutos. Os caças MiG norte-coreanos aproximaram-se de aviões de reconhecimento norte-americanos no espaço aéreo internacional sobre a península norte-coreana.

Quatro MiGs norte-coreanos ficaram a 122 de metros do avião U.S. RC-135 norte-americano mas não agiram agressivamente. Segundo um porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, o avião dos EUA estava a 241 quilômetros da costa da Coréia do Norte, sobre o mar do Japão.

"O RC-135 voltou sem danos a sua base em Kadena, Japão", disse o tenente-comandante Jeff Davis.

"Os caças estavam armados. Durante a interceptação, pelo menos um dos caças instalou seu radar de apoio para disparar e mirou o RC-135", acrescentou.

Davis disse ainda que foi o primeiro incidente como este desde agosto de 1969, quando um avião norte-coreano derrubou um avião de reconhecimento dos EUA EC-121, matando 31 norte-americanos.

A Coréia do Norte ainda não comentou o incidente. No sábado (1), o governo norte-coreano acusou os Estados Unidos de intensificarem vôos de espionagem em preparação para a guerra.



Ontem, a mídia norte-coreana acusou os Estados Unidos de estarem preparando uma guerra nuclear contra o país comunista e advertiu que esse tipo de guerra causará devastação.

De acordo com a Agência de Notícias da Coréia do Norte (KCNA), um dos líderes do Partido Comunista, Rodong Sinmun, disse que Departamento de Defesa dos Estados Unidos ordenou um grande envio de força aérea para a Coréia do Sul, o Japão e para as proximidades da península coreana.

Segundo a agência, o comando das forças aéreas norte-americanas na Coréia do Sul colocou suas unidades em "pé de semiguerra".

A crise norte-coreana começou em outubro, quando o país teria admitido suas ambições nucleares aos Estados Unidos. Desde então, Pyongyang já se retirou do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, expulsou os inspetores da ONU e anunciou a reabertura de um reator.

O país quer resolver o impasse por meio de negociações bilaterais que levem a um tratado de não-agressão com os Estados Unidos. Segundo uma proposta da União Européia (UE), a negociação incluiria também União Européia, Japão, Rússia, China e Coréia do Sul.

Assim como faz a UE, os Estados Unidos também preferem negociações multilaterais. Nesse caso, porém, elas incluiriam também Reino Unido, França e Austrália.

Segundo o presidente norte-americano George W. Bush, Coréia do Norte, Irã e Iraque constituem o "eixo do mal". Bush os acussa de possuir armas de destruição em massa e patrocinam o terrorismo regional e mundial.

Esses "países renegados" representam, segundo a Casa Branca, uma ameaça real à estabilidade global.

O número dois do regime comunista norte-coreano, Kim Youn-nam, disse segundo a agência de notícias japonesa Kyodo, ter certeza de que a Coréia do Norte será o próximo alvo dos Estados Unidos, assim que a eventual ação militar contra o Iraque estiver encerrada.

Com agências internacionais

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