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Grupo dissidente do IRA assume assassinato de policial na Irlanda do Norte
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da Folha Online
O Continuity Irish Republican Army (Continuidade do Exército Republicano Irlandês), grupo dissidente do Exército Republicano Irlandês (IRA), assumiu nesta terça-feira a autoria do assassinato de um policial cometido nesta segunda-feira (9) à noite na Irlanda do Norte, informou a agência local "Press Association".
Entenda o conflito na Irlanda do Norte
O agente, identificado como Stephen Paul Carroll, 48, foi baleado na localidade de Craigavon (sul da Província), enquanto investigava a denúncia de uma mulher sobre uma atividade suspeita na área.
A ação foi realizada cerca de 48 horas após um ataque reivindicado pelo IRA Autêntico, outra dissidência do inativo IRA, contra o quartel de Massereene, em Antrim, a noroeste de Belfast, o que pode significar uma interrupção do atual processo de paz na Irlanda do Norte.
O Serviço Policial da Irlanda do Norte (PSNI, na sigla em inglês) confirmou que o oficial havia se ferido, mas não sua morte. O oficial havia ido atender uma chamada em Lismore Manor, uma área republicana de Craigavon. Ele e seu companheiro estavam dentro do carro quando o ataque aconteceu.
Paz
O ataque aconteceu no mesmo dia em que o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, foi à Irlanda do Norte para se reunir com as autoridades políticas e de segurança locais. Brown disse que o processo político de paz "não será abalado".
O atentado do fim de semana aconteceu um dia depois de o PSNI informar que havia solicitado a intervenção do serviço secreto (o MI5) e das Forças Armadas britânicas para enfrentar a crescente ameaça de facções dissidentes do IRA.
O chefe do PSNI, Hugh Orde, advertiu na sexta-feira passada que o risco de ataques de paramilitares dissidentes estava no nível mais alto desde que ele chegou ao cargo, há sete anos.
Em agosto de 2007, o Exército pôs fim a suas operações na Província, aonde chegou em 1969 para apoiar a Polícia, devido ao aumento da violência com os confrontos entre católicos e protestantes, uma situação que durou mais de 30 anos.
Histórico
As ações armadas do IRA para conseguir a independência da Irlanda do Norte em relação ao Reino Unido começaram a ser abandonadas no início da década de 90. Em 1998, foi assinado o Acordo da Sexta-feira Santa entre o Sinn Fein, braço político do IRA, e os grupos paramilitares protestantes, que abriu caminho para um governo de união.
Em maio de 2007, dois adversários históricos --o líder do Partido Unionista Democrático (DUP, sigla em inglês), Ian Paisley, e o líder do católico Sinn Féin, Martin McGuinness-- dividiram o poder na Irlanda do Norte, como primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro, respectivamente, após o fim de cinco anos de governo direto britânico.
Mas os acordos e o desarmamento do Ira sofreram a oposição de grupos que continuam a reivindicar o fim do domínio britânico sobre a Irlanda do Norte.
Com Efe
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