Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/04/2009 - 13h36

Premiê tailandês diz que emergência durará até fim do "caos"

Publicidade

da Folha Online

O premiê tailandês, Abhisit Vejjajiva, afirmou nesta sexta-feira que o estado de emergência será mantido na capital Bancoc e em cinco Províncias vizinhas até o fim da ameaça "do retorno de caos e violência". A declaração, feita em entrevista à rede de televisão CNN, veio dias após os violentos protestos por sua renúncia, que deixaram dois mortos e 123 feridos.

"Dias, eu diria dias", explicou Abhisit, sobre a duração do estado de emergência, declarado no domingo passado (12) e que permite desdobrar o Exército nas ruas e proíbe reuniões públicas com cinco ou mais pessoas.

"Obviamente depende de como as coisas acontecerem, mas estamos no caminho para alcançar ordem e estabilidade e faremos o nosso melhor para encerrar [o estado de emergência]", disse.

O estado de emergência foi decretado em uma medida para conter os manifestantes de camisas vermelhas,
que querem a renúncia de Abhisit e abrir caminho para o retorno ao país de Thaksin, condenado à revelia em outubro do ano passado a dois anos de prisão por crime de abuso de poder quando governou o país, entre 2001 e 2006, está no exílio desde agosto.

As manifestações se intensificaram na sexta-feira passada (10), quando teria começo a reunião de cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático, na sigla em inglês). Na ocasião, centenas de membros da frente que apoia Thaksin invadiram a sede da cúpula, que foi realizada em um resort em Pattaya, e forçaram o cancelamento da reunião antes que começasse.

"Obviamente, quando eles interromperam a Asean, um pequeno grupo de manifestantes e fizeram aquilo comigo. O que eu pensei que tinha que fazer é interromper isso, porque você tem que estabelecer a linha entre o exercício do direito constitucional e violência e distúrbios", disse o premiê, questionado se não deveria ter respondido de maneira diferente.

As tropas do Exército tailandês não conseguiram impedir violentos protestos na segunda-feira passada (13). Os manifestantes queimaram ônibus, atacaram policiais e até mesmo o carro do premiê, na frente do Ministério do Interior.

"Não tive dúvidas de que minha vida corria sério risco", disse Abhsit, acrescentando que houve um momento no qual pensou que seria morto.

"Mas quem pode garantir que se nós tivéssemos agido de maneira mais rígida, as coisas também não teriam saído de controle, mas de uma maneira mais difícil", completou.

Crise

A Tailândia vive há três anos uma profunda crise política motivada pela disputa entre partidários e opositores de Thaksin.

Os camisas vermelhas acusam Abhisit, eleito há quatro meses --após a queda do seu antecessor, Somchai Wongsawat, aliado de Thaksin-- de ter chegado ao poder ilegalmente e de ser um fantoche nas mãos do Exército e de alguns conselheiros do rei Bhumibol Adulayadej.

Thaksin, 59, polêmico empresário bilionário que foi premiê de 2001 a 2006, quando foi derrubado por generais monárquicos, fugiu para o exterior para evitar uma condenação e diversas investigações por corrupção, mas continua sendo popular, sobretudo entre as pessoas mais pobres.

O governo de Abhisit assumiu depois de seis meses de intensos protestos dos camisas amarelas, oposicionistas do antecessor. Os novos protestos levantaram dúvidas se a Tailândia conseguirá, sozinha, deixar a grave crise política marcada por confrontos entre manifestantes e as forças de segurança.

Com agências internacionais

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página