China suspende quarentena por gripe suína; México retoma atividades

Em sinal de que o alarde pela pandemia de gripe suína pode estar no fim, China e México anunciaram nesta quinta-feira a retomada da rotina após medidas extremas para conter a doença, denominada oficialmente gripe A (H1N1).

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A China começou a suspender nesta quinta-feira a quarentena de sete dias imposta aos passageiros de um voo procedente do México, considerado epicentro da epidemia. Os passageiros viajaram com o turista mexicano de 25 anos confirmado como único caso de gripe suína no país.

Nove moradores de Pequim deixaram o isolamento com um documento que afirma que não possuem nenhum sintoma do vírus A (H1N1), informou a agência oficial Xinhua (Nova China).

A China rastreou e isolou as pessoas que viajaram na quinta-feira passada (30) no voo AM098, que partiu da Cidade do México com destino a Xangai. A medida foi duramente criticada pelo governo mexicano, que a classificou de injustificada e discriminatória.

	Daniel Aguilar/Reuters
	Funcionário veste roupa de proteção para desinfectar o interior de um vagão de trem e evitar contágio do vírus

Segundo o subdiretor do Centro de Controle de Doenças de Pequim, He Xiongn, 51 pessoas permanecem em quarentena na capital chinesa.

Retomada

Na Cidade do México, capital mexicana, os bares, discotecas, clubes e estádios poderão retomar suas atividades a partir desta quinta-feira, quando o alerta sanitário, acionado pela gripe suína, passará de laranja para amarelo, informou nesta quarta o Comitê de Vigilância Epidemiológica da capital mexicana.

"Com base na evidência disponível (...), o comitê decidiu recomendar que se modifique a situação na capital, com a redução do alerta sanitário de laranja para amarelo", disse à imprensa o porta-voz Malaquies López.

O nível de alerta amarelo permite a entrada de público nos estádios desportivos, praças de touro, cinemas e discotecas, mas observando medidas de prevenção que serão detalhadas nesta quinta-feira.

Segundo o funcionário, poderão funcionar "bares, lounges, boates, casas noturnas, discotecas, salões de baile, estádios esportivos, arenas de touros, cinemas, teatros, bilhares, salões de festas, centro esportivos e parques de diversões", entre outros.

Os restaurantes foram reabertos nesta quarta-feira na capital, do mesmo modo que os sítios arqueológicos e museus em todo o país.

"Podemos informar que a 17º rodada (do Campeonato Mexicano) será jogada com os portões abertos", declarou o secretário-geral da FMF, Decio de María Serrano. Nas últimas duas semanas foram disputadas 12 partidas do Campeonato Mexicano sem público nas arquibancadas.

A FMF informará à Concacaf e à Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF) a reabertura dos estádios ao público, para que estes organismos decidam sobre as partidas por competições que não seriam disputadas no México por causa da gripe suína.

Balanço

O último balanço divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) informa que já há 1.893 doentes de gripe suína, em 23 países. O nível de alerta da OMS para a gripe suína permanece em 5, em escala que vai de 1 a 6. O último grau indica pandemia (epidemia de vasto alcance, talvez global).

O México continua sendo o país com maior número de casos confirmados, 942, incluindo 29 mortes. O governo mexicano, contudo, já soma 1.070 casos e 42 mortes.

O vizinho Estados Unidos continua sendo o segundo em número de casos, com 642 incluindo agora duas mortes --uma de uma criança mexicana que estava de passagem pelo Estado do Texas e outra de uma mulher americana que vivia no Texas.

Outros países com casos confirmados da doença são Canadá (165), Espanha (73), Reino Unido (28), Alemanha (9), Nova Zelândia (6), Itália (5), Israel (4), França (5), El Salvador (2), Coreia do Sul (2), Áustria (1), China --área de Hong Kong-- (1), Colômbia (1), Costa Rica (1), Dinamarca (1), Guatemala (1), Irlanda (1), Holanda (1), Portugal (1), Suécia (1) e Suíça (1).

Em comunicado, a OMS reitera que eventuais restrições de viagens são desnecessárias, mas que quem apresenta sintomas da doença, deve adiá-las; e que o consumo de carne de porco cozida não traz riscos de infecção.