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Preso de Guantánamo julgado nos EUA enfrenta 286 acusações
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da Folha Online
O tanzaniano Ahmed Khalfan Ghailani, o primeiro prisioneiro da base militar americana de Guantánamo transferido para os Estados Unidos para ser julgado, encara 286 acusações, segundo o Departamento de Justiça.
O julgamento, que começou nesta terça-feira, em uma corte federal de Manhattan, em Nova York, é mais um esforço do presidente Barack Obama para cumprir sua promessa de fechar Guantánamo até o começo do ano que vem. Embora criticado, o julgamento de suspeitos de terrorismo pelo sistema judiciário americano, em solo americano, é a solução de Obama para parte dos 240 detentos que continuam na base militar.
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Entenda a proposta de fechar Guantánamo
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AP |
Ahmed Khalfan Ghailani, em foto sem data fornecida pelos EUA |
Ghailani é acusado de participar dos ataques simultâneos realizados contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 7 de agosto de 1998. Em Nairóbi, no Quênia, as explosões mataram 213 pessoas e, em Dar es Salaam, na Tanzânia, mataram 11. Para os EUA, ele esteve ligado ao chefe máximo da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden.
De acordo com a acusação, o tanzaniano colaborou na compra de um caminhão e de tanques de oxigênio e acetileno usados no ataque. Ele ainda teria ajudado a carregar o caminhão com caixas de explosivos e detonadores, semanas antes do ataque.
Conforme transcrições do Exército americano, em audiência realizada em Guantánamo em 2007, Ghailani confessou o crime e se desculpou. "Foi sem o meu conhecimento do que eles estavam tramando, mas eu ajudei." Ele também disse ter comprado explosivos e um celular usado por outra pessoa envolvida no episódio.
Na mesma audiência, ainda conforme as transcrições militares, Ghailani disse que foi para um campo de treinamento da Al Qaeda no Afeganistão logo após os ataques para aprender umas técnicas de autodefesa. Ele confirmou, ainda de acordo com os militares, que, neste período, conheceu Bin Laden --desde 2001, o inimigo número um dos EUA.
Polêmica
O julgamento dos suspeitos de terrorismo em solo americano foi duramente criticado no Congresso americano, tanto por rivais quanto por partidários de Obama, devido aos riscos apresentados. Os congressistas chegaram a exigir a apresentação de um plano específico para cada grupo de prisioneiros, antes de liberar US$ 60 milhões para o fechamento da unidade. Obama apresentou o plano, mas o dinheiro não saiu.
Para o presidente, o Judiciário americano é capaz de julgar os suspeitos de terrorismo como fez com Ramzi Yousef, que foi condenado à prisão perpétua nos EUA pelo atentado, de 1993, ao World Trade Center. No mês passado, o americano afirmou que evitar a transferência de Ghailani para o país era como evitar seu julgamento. "E, depois de quase uma década, está na hora de vermos a justiça ser feita."
De acordo com comunicado do Departamento de Justiça dos EUA, Ghailani foi transferido para Nova York por militares para o Centro Correcional Metropolitano, "que tem abrigado diversos suspeitos de terrorismo há anos", onde aguardou o início da audiência.
Não está claro se Ghailani retornará para Guantánamo durante a espera pela próxima sessão.
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Interessante seu conhecimento de política internacional, mas falta um esclarescimento:
Assista ao documentário de Charlie Sheen "a verdade liberta voce" no youtube. Vai gostar de ligar os pontinhos...
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