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10/06/2009 - 11h15

Entenda a origem dos talebans do Paquistão

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da Reuters

O Paquistão realiza atualmente, por pressão do aliado Estados Unidos, uma grande ofensiva contra os militantes do grupo radical islâmico Taleban instalado em algumas regiões do país, principalmente no vale do Swat. Quando a ofensiva começou, em abril passado, os talebans estavam instalados em áreas a apenas 100 km da capital paquistanesa, Islamabad.

Saiba mais sobre a origem do Taleban no Paquistão:

Quem são os talebans paquistaneses?

Grande parte dos militantes paquistaneses do Taleban são da etnia pashtun, originária da região noroeste do país, na fronteira com o Afeganistão. Eles apoiam a ala afegã do grupo, cuja maioria também fazem parte da etnia pashtun, e muitos dos quais fugiram para o lado paquistanês da fronteira após a ofensiva internacional lançada em 2001.

Os comandantes do grupo Taleban no Paquistão são veteranos da luta no Afeganistão, em sua maioria. Eles exploram a pobreza, a frustração sobre um sistema judiciário pouco eficaz e a raiva em relação aos donos das terras e as forças americanas no país para convocar seus soldados. Fontes de inteligência afirmam também que os talebans pressionam as famílias da região para que entreguem seus filhos ao movimento.

Cerca de 13 facções com sede em diferentes partes do noroeste paquistanês formaram ainda um grupo subalterno ao taleban, o Tehrik-e-Taliban Paquistão (TTP), ou Movimento Taleban do Paquistão. O grupo é liderado por Baitullah Mehsud e tem como base o Waziristão do Sul, no lado afegão da fronteira.

Quem é Mehsud?

Mehsud é o homem acusado de estar por trás da onda de ataques suicidas em todo o Paquistão desde que o Exército retomou o controle da Mesquita Vermelha, na capital Islamabad, em julho de 2007, para destruir um grupo que mantinha base ali.

Contudo, foi quando o governo nomeou Mehsud como o principal responsável pela morte da ex-premiê Benazir Bhutto em um ataque suicida em 2007, que a reputação dele em meio aos militantes aumentou significativamente. Os Estados Unidos ofereceram, em março deste ano, uma recompensa de US$ 5 milhões por qualquer informação que leve à captura de Mehsud ou à sua localização.

Quem lidera os militantes Talebans?

Embora Mehsud seja líder do TTP, a maioria dos militantes e ataques talebans no vale do Swat são liderados por um comandante chamado Fazlullah, genro de um clérigo pró-Taleban que liderou milhares de homens ao Afeganistão para lutar contra as forças americanas, após a invasão dos EUA.

O Taleban paquistanês tem relação com a rede terrorista Al Qaeda?

Funcionários de inteligência e especialistas em segurança afirmam que Mehsud é um aliado da Al Qaeda, liderada por Osama bin Laden. Ele já teria dado abrigo a um grande número de militantes estrangeiros, incluindo árabes e asiáticos, mas a natureza de sua relação com os líderes da rede terrorista não é clara.

As agências de inteligência afirmam que os líderes da Al Qaeda se refugiam no Paquistão depois do avanço das forças internacionais no Afeganistão.

Qual a relação com o Taleban afegão?

O TTP é leal ao mulá Omar, chefe do Taleban no Afeganistão. O grupo envia ainda militantes ao país vizinho, para ajudar no combate às forças internacionais. Os talebans afegãos têm, contudo, um objetivo muito claro e diferente dos paquistaneses: combater a ocupação das forças ocidentais e recuperar o controle do país.

Os talebans paquistaneses apoiam a iniciativa dos vizinhos e afirmam que querem um governo liderado por islâmicos em Islamabad.

Há diferenças nos grupos sobre o combate às forças de segurança paquistanesas. Alguns grupos se opõem à violência no Paquistão e querem que todos os talebans foquem os seus esforços no território afegão. Mas líderes como Mehsud e Fazlullah argumentam que a luta contra as forças de segurança paquistanesas é justificada porque o Paquistão apoia a campanha americana contra a Al Qaeda e o Taleban no Afeganistão.

Grupos militantes que focam na luta em solo afegão criaram recentemente, junto ao TTP, a Ittehad-e-Shura-e-Mujahideen, ou União do Conselho de Consulta de Mujahideen. Analistas afirmam que a medida visa forjar união entre os radicais diante do reforço das forças americanas no Afeganistão.

Há alguma relação com outros grupos militantes?

As agências de inteligência afirmam que o Taleban paquistanês forjou ligação com grupos militantes do centro da Província de Punjab, dando ao Taleban a habilidade de expandir sua influência além das terras dos pashtuns. Um destes grupos, o Lashkar-e-Jhangvi, grupo sunita muçulmano, é tido como a principal frente da Al Qaeda no Paquistão.

Comentários dos leitores
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
Nao irá demorar , como alguns já disseram, o povo afegao irá perceber a ameaça....os interesses dos EUA E ALIADOS nao passa de interesses economicos num pais governado por corrupto e 'súdito dos BUSH. Obama demonstrou no seu nobel da paz a sua preferencia pela guerra. ORWEL estaria dando risadas pela contradicao que estamos assistindo no mundo. O premio da paz, faz e defende a guerra. E com certeza teremos insurgencias dos soldados afegaos para o combate contra o invansor. O episódio nao foi um incidente... foi um revide. Em breve teremos um reviravolta do povo afegao. Teremos muitas insurgencias das tropas para defender o pais do invasores... é só esperar para ver...está saindo do controle.... sem opinião
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Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Gostaria de aproveitar esta notícia para parabenizar o tão respeitado prêmio Nobel, por conceder um prêmio Nobel da Paz a uma pessoa que um mês depois de receber o prêmio envia mais 30.000 soldados ao Afeganistão e agora quer mais US$ 163 bilhoes (R$308 bilhoes) para fazer guerra.
O EUA tem vários interesses no Afeganistão, todos bem longe de pensar na dignidade do povo Afegão e é por isso que eles vão continuar tampando o sol com a peneira. Além disso, Obama não conseguiu liderar um acordo em Copenhaguem (e nem quis) sem falar da rodada Doha e do protecionismo - criticado por todos - feito à economia dos EUA na reforma pós crise econômica. Ainda prefiro Obama a John Maccain, mas ele está MUITO aquém das expectativas. Não tenho dúvidas de que Zilda Arns merecia este prêmio muito mais do que Obama, mas talvez a simplicidade dela não caiba no jogo de interesses deste prêmio.
26 opiniões
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Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
E viva a alta tecnologia!.Será que os pretensos "donos do mundo" ,que se dizem tão evoluídos.não conseguem identificar quem é quem no campo de batalha?. O "fogo amigo" não é raro em áreas que os U.S.A atuam,bastar acompanhar os noticiários,estão longe de ser o que apresentam nos filmes, para iludir os tolos de cabeça fraca. Vão perder essa guerra,a do iraque e terão de botar o rabo entre as pernas e cuidar de seus próprios assuntos.Essa de "xerife do mundo" não é mais viável, essas guerras e intervenções a tempos vêm exaurindo o país - e seus contribuintes (manipulados pelo governo mentiroso) - a derrocada é inevitável.Até o próximo século as coisas serão bem diferentes,espero para melhor. Os U.S.A quiseram ser uma nova Roma,mas não conseguiram e nunca conseguirão seu intento. Falando em Roma,esse império governou por 1.000 anos e os U.S.A?. 55 opiniões
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