Países do G8 prometem enviar ajuda financeira à África

As potências mundiais que fazem parte do G8 (sete países mais industrializados, mais a Rússia) comprometeram-se nesta quarta-feira, em cúpula na Itália, a respeitar as promessas de aumentar a ajuda pública ao desenvolvimento em favor da África e de destinar, junto "a outros doadores", US$ 25 bilhões ao ano até 2010.

"Destacamos como é importante honrar os compromissos de aumentar a ajuda que havíamos tomado em Gleneagles (...). Para a África, será preciso que, junto a outros doadores, aumentemos a ajuda pública ao desenvolvimento em US$ 25 bilhões por ano até 2010, em relação a 2004", diz o texto de uma declaração sobre o "desenvolvimento e a África" obtido pela agência de notícias France Presse.

O texto do G8 também destaca que vai "elaborar uma proposta relacionada aos princípios e a boas práticas do investimento agrícola internacional", levando em conta as compras em massa de terras nos países em desenvolvimento e, principalmente, na África.

O premiê da Etiópia, Meles Zenawi, participa da cúpula do G8 em Áquila para lembrar aos países sobre o impacto desproporcional no continente da crise econômica e aquecimento global.

"A mensagem chave é pedir ao G8 que cumpra seus compromissos", disse Meles, aparentemente antecipando o teor do comunicado do grupo.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, pouco antes de partir para Itália, Meles afirmou que o cumprimento da ajuda financeira à África foi "muito, muito melhor" neste ano, mas que ainda falta metade da verba prometida.

"A promessa foi algo em torno de US$ 50 bilhões aos países mais pobres. Pouco mais de US$ 20 bilhões estão disponíveis. O resto precisa ser preenchido", disse.

Meles, ex-líder rebelde e economista autodidata, afirmou que o desenvolvimento das nações mais pobres foi atrasado em até uma década pela crise mundial. A crise atingiu ainda, afirma, o fluxo de ajuda humanitária e financeira aos países.

Com Efe e Reuters