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13/07/2009 - 09h20

Polícia mata dois uigures e fere um em novo confronto no oeste da China

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da Folha Online

A polícia chinesa atirou e matou duas pessoas nesta segunda-feira em novos confrontos em Urumqi, na Província de Xinjiang (noroeste), afirmou a agência estatal Xinhua. Uma terceira pessoa ficou ferida na ação, que acontece uma semana depois de 184 pessoas morrerem em distúrbios e confrontos étnicos entre a minoria muçulmana uigur e a maioria han na cidade.

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A agência Xinhua afirma que os dois mortos nesta segunda-feira são uigures, uma etnia que representa minoria na China e que há anos acusa os hans de discriminação.

David Gray/Reuters
Militar tira foto de soldados chineses que vigiam uma rua de Urumqi; policiais mataram dois uigures a tiros hoje
Militar tira foto de soldados chineses que vigiam uma rua de Urumqi; policiais mataram dois uigures a tiros hoje

A polícia, ainda segundo a Xinhua, estava tentando impedir que os três atacassem um outro uigur e abriram fogo.

"Uma investigação inicial descobriu que três pessoas estavam atacando uma quarta com cassetetes e facas às 14h55 perto do Hospital do Povo em Jiefang Nanlu", afirma a agência. "A polícia que estava patrulhando o local disparou tiros de alerta antes de atirar contra os três suspeitos."

"A polícia abriu fogo e matou dois suspeitos de violar a lei e feriu um suspeito (...) em total legalidade", completa a nota. O uigur ferido foi hospitalizado.

Disparos

A agência de notícias France Presse havia relatado mais cedo que as forças de segurança chinesas abriram fogo no bairro muçulmano de Urumqi, quando uigures armados tentaram se aproximar dos oficiais.

Os disparos aconteceram, segundo testemunhas citadas pela agência, quando pelo menos três uigures se aproximaram dos soldados armados com facas e pedaços de pau.

"Os uigures atacaram os soldados com grandes facas e eles abriram fogo", afirmou uma das testemunhas. "Escutei o que parecia uma dezena de disparos. Depois vimos muitas pessoas correndo", afirmou um médico uigur à France Presse.

Quando o correspondente da agência chegou ao local dos fatos, as tropas oficiais tentavam dispersar quase 200 pessoas do mercado oriental e iniciaram o bloqueio da região.

Vítimas

Segundo os dados oficiais, que ainda não incluem o episódio de hoje, as vítimas dos confrontos étnicos somam 184 e incluem 137 membros da maioria étnica han e 46 uigures. Uma última vítima era da etnia hui. O balanço anterior indicava apenas que 156 pessoas haviam morrido.

"Entre os mortos, 137 são hans --111 homens e 26 mulheres. Quarenta e seis são uigures, 45 deles homens e uma mulher", disse a agência.

As autoridades chinesas não detalharam, contudo, quantas pessoas morreram em 5 de julho --quando começaram os choques entre forças de segurança e manifestantes uigures, assim como ataques de membros desta etnia contra chineses han-- ou em dias posteriores, nos quais houve linchamentos de han a uigures, como vingança pela violência.

O novo número de mortos foi oferecido pouco depois de se anunciar a reinstalação do toque de recolher noturno para prevenir novos incidentes.

Histórico

Os confrontos do último dia 5 começaram com a repressão das forças de segurança aos protestos de uigures. O grupo de uigures, minoria muçulmana na China, protestava contra o governo chinês por ter ocultado o linchamento de uigures em 26 de junho em uma fábrica de brinquedos da Província de Cantão (sul), incidente no qual morreram duas pessoas e que foi o estopim para a escalada de violência.

Após o domingo de violência, os chineses da maioria han, que vivem décadas de confrontos com os uigures, foram às ruas protestar contra o episódio de violência e os danos causados a lojas, carros e estabelecimentos comerciais em meio aos distúrbios.

As minorias há muito se queixam que membros da etnia han colhem a maioria dos benefícios dos investimentos e dos subsídios oficiais, enquanto fazem com que os moradores locais sintam-se como estrangeiros.

Os uigures, uma etnia de origem turca, predominantemente muçulmana, eram mais de 80% dos moradores de Xinjiang ( que hoje tem 20 milhões de habitantes), mas nas últimas décadas o governo chinês empreendeu uma política de imigrações de chineses han para a região.

Pequim não pode perder o controle da região de Xinjiang, um território de vasto deserto e com abundantes reservas de petróleo e gás natural.

Com agências internacionais

 

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