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Rebeldes somalis sequestram dois agentes da inteligência francesa
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da Folha Online
Dois agentes da inteligência francesa foram sequestrados nesta terça-feira em Mogadíscio, capital da Somália, onde estavam para participar de treinamentos a convite do Ministério da Defesa.
"Eles estavam ajudando o governo de transição do presidente Sheikh Sharif em assuntos de segurança", disse um comunicado do ministério.
Os dois franceses, identificados anteriormente como jornalistas, foram sequestrados no hotel Sahafi, na zona sul de Mogadíscio. Vários milicianos, cerca de dez segundo a agência Associated Press, que cita testemunhas, desarmaram os seguranças do estabelecimento e foram porta a porta procurar pelos franceses, segundo a polícia somali.
O gerente do hotel, Mohamed Mohamud, informou que ambos foram registrados como jornalistas.
A polícia afirmou ter encontrado um dos carros dos sequestradores horas depois do sequestro. A embaixada francesa em Nairobi não comentou.
Estrangeiros vão raramente a Mogadíscio, uma cidade tida como uma das mais violentas do mundo e que é cenário de uma verdadeira guerra entre radicais islâmicos e tropas do governo que disputam o poder.
Sem um governo central efetivo desde 1991, a Somália tornou-se o sinônimo de um Estado fracassado, e o caos tem permitido as crescentes operações de pirataria nas rotas marítimas que passam pela costa do país ----um problema que causou perdas de milhões de dólares e motivou o deslocamento de tropas navais da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Segundo a agência de refugiados da ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 250 civis morreram e outros 900 ficaram feridos nos combates na Somália desde maio.
A agência afirmou que mais de 160 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas, unindo-se a milhões de refugiados dos 18 anos de guerra civil.
O governo anunciou recentemente que criou o maior campo de refugiados do mundo, que recebe 550 refugiados por dia. Dadaab, que fica no território queniano, há 80 km da fronteira, abriga mais de 280 mil refugiados em uma área capaz de abrigar 90 mil.
Somente neste ano, a agência de refugiados da ONU registrou quase 38 mil novos refugiados. A maioria foge da violência e pobreza.
A insurgência, que se tornou uma causa nacionalista, age em parte do sul e da região central da Somália, enquanto outras regiões mais ao norte vivem, na prática, de forma autônoma.
Segundo o governo, os rebeldes possuem centenas de estrangeiros extremistas em suas fileiras, o que fortalece a suspeita americana de que o grupo tem conexões com a rede terrorista islâmica Al Qaeda.
Com France Presse e Reuters
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