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Após dia de violência, novos confrontos matam seis na Somália
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da Folha Online
Ao menos seis pessoas, entre elas quatro civis, morreram neste domingo em combates entre as forças do governo, apoiadas pelos soldados da Missão da União Africana na Somália (Amisom), e os insurgentes radicais islâmicos, ao norte da capital Mogadíscio. Neste sábado, ao menos dez pessoas, em sua maioria insurgentes islamitas, morreram e 37 ficaram feridas em confrontos.
Os insurgentes lançaram em 7 de maio passado uma ofensiva contra o presidente moderado, Sharif Sheikh Ahmed. As milícias, intituladas Al Shabab, controlam grande parte do sul do país e a capital, Mogadíscio, e querem impor um regime radical ao país.
Omar Faruk/Reuters |
Paramilitares pró-governo pasam em tanques por região de confronto na capital somali |
Os combates deste domingo aconteceram após uma ofensiva das forças governamentais, apoiadas por tanques da Amisom, no bairro de Abdiasis, zona norte da capital. "Avançamos sobre as últimas posições no norte de Mogadíscio e vários de seus combatentes morreram nas ruas esta manhã", declarou um dos comandantes da polícia local, Abdulahi Duale, à agência de notícias France Presse.
"Perdemos dois soldados na batalha esta manhã", completou. Sete civis também ficaram feridos por disparos de morteiro no bairro do mercado de Bakara, o mais importante da cidade.
Um parlamentar somali, Salad Ali Jelle, que participou dos combates, declarou que ao menos 40 insurgentes teriam sido mortos, mas os números não foram confirmados.
Esta foi a primeira vez que as tropas da Amisom tiveram que intervir e participar dos combates diretamente. "Nossas tropas estavam em perigo eminente, por isso precisamos tomar ações limitadas. Mas isso não quer dizer que estamos completamente envolvidos nos combates", disse o porta-voz da União Africana, Bahoku Barigye.
Os 4.300 soldados da AMISOM têm as atribuições de defender o porto, o aeroporto e prédios do governo na capital. Eles podem se defender de ataques, mas geralmente evitam confrontos para preservar a neutralidade.
Histórico
Sem um governo central efetivo desde 1991, a Somália tornou-se o sinônimo de um Estado fracassado, e o caos tem permitido as crescentes operações de pirataria nas rotas marítimas que passam pela costa do país ----um problema que causou perdas de milhões de dólares e motivou o deslocamento de tropas navais da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Segundo a agência de refugiados da ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 250 civis morreram e outros 900 ficaram feridos nos combates na Somália desde maio.
A agência afirmou que mais de 160 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas, unindo-se a milhões de refugiados dos 18 anos de guerra civil.
O governo anunciou recentemente que criou o maior campo de refugiados do mundo, que recebe 550 refugiados por dia. Dadaab, que fica no território queniano, há 80 km da fronteira, abriga mais de 280 mil refugiados em uma área capaz de abrigar 90 mil.
Somente neste ano, a agência de refugiados da ONU registrou quase 38 mil novos refugiados. A maioria foge da violência e pobreza.
A insurgência, que se tornou uma causa nacionalista, age em parte do sul e da região central da Somália, enquanto outras regiões mais ao norte vivem, na prática, de forma autônoma.
Segundo o governo, os rebeldes possuem centenas de estrangeiros extremistas em suas fileiras, o que fortalece a suspeita americana de que o grupo tem conexões com a rede terrorista islâmica Al Qaeda.
Com Associated Press, France Presse e Reuters
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