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22/07/2003
-
13h32
O aparente suicídio de David Kelly, cientista perito em armas bioquímicas, afetou a imagem do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, entre seus eleitores, como demonstram as pesquisas divulgadas hoje. A morte do cientista também fere a imagem da emissora pública BBC e do Ministério da Defesa.
Pesquisas mostram que 54% dos britânicos não estão satisfeitos com o premiê, que só tem 37% da aprovação da opinião pública, de acordo com o estudo do Instituto ICM publicado hoje pelo jornal "The Guardian".
O primeiro-ministro britânico registra uma diferença entre as opiniões favoráveis e desfavoráveis de 17 pontos. Em abril, durante a guerra no Iraque, a disparidade era de apenas sete pontos.
A polêmica desencadeada pela morte de Kelly, que trabalhava para o Ministério da Defesa britânico, tomou um novo contorno com o questionamento pela imprensa dos conselheiros do chefe de governo.
Um artigo de primeira página do jornal "The Independent" afirma, hoje, que a decisão de difundir publicamente o nome de David Kelly veio de Downing Street, sede da administração Blair, e se contrapôs à opinião do Ministério da Defesa, que desejava preservar o anonimato do cientista.
Fonte da BBC
Kelly, especialista em microbiologia e que realizou numerosas inspeções no Iraque, ao que tudo indica, se matou na sexta-feira (18) depois de o Ministério da Defesa revelar que o cientista era provavelmente a fonte da informação da BBC, que afirmou em maio que o governo exagerara deliberadamente os relatórios sobre as armas de destruição em massa do Iraque.
Segundo o "Independent", que cita fonte anônima, foram os conselheiros do primeiro-ministro que obrigaram o Ministério da Defesa a revelar, no dia 9 de julho, que David Kelly era provavelmente a fonte da BBC.
Uma autoridade declarou ao jornal que no Ministério da Defesa tinha-se a impressão de que era preciso fazer de tudo para sempre proteger Kelly.
Esta informação contradiz, aparentemente, as declarações do porta-voz de Tony Blair. O representante do governo disse que Downing Street foi apenas consultada sobre o caso da BBC.
O porta-voz afirmou que o governo foi consultado, mas era o Ministério o responsável pelo assunto.
Na China
O caso da morte de Kelly alcançou hoje Blair em Pequim, quando uma estudante chinesa perguntou ao líder britânico como ele se sentiu ao saber do aparente suicídio do cientista.
"É um momento extremamente triste para a família do doutor Kelly. Seu funeral ainda não foi celebrado e não quero dizer mais nada... só que haverá uma ampla investigação independente sobre o que ocorreu", respondeu Blair à estudante da Universidade Qinghua.
Ontem, Blair prometeu "cooperar plenamente" com o juiz Lord Hutton, encarregado das investigações sobre a morte de Kelly
Blair desmentiu ter autorizado que Kelly fosse identificado como fonte principal das matérias da BBC sobre a ação do governo no Iraque.
"Eu não dei qualquer autorização para que o nome de Kelly fosse associado às matérias que falavam de exageros para justificar a guerra", declarou o primeiro-ministro.
A imprensa britânica informou, hoje, que o ministro da Defesa, Geoff Hoon, havia dado pessoalmente a autorização para que o nome do cientista fosse revelado à imprensa, mesmo sob a anterior promessa de anonimato a Kelly.
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Morte de Kelly afeta Blair, BBC e Ministério da Defesa britânico
da France Presse, em LondresO aparente suicídio de David Kelly, cientista perito em armas bioquímicas, afetou a imagem do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, entre seus eleitores, como demonstram as pesquisas divulgadas hoje. A morte do cientista também fere a imagem da emissora pública BBC e do Ministério da Defesa.
Pesquisas mostram que 54% dos britânicos não estão satisfeitos com o premiê, que só tem 37% da aprovação da opinião pública, de acordo com o estudo do Instituto ICM publicado hoje pelo jornal "The Guardian".
Reuters - 24.02.2003 |
Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido |
A polêmica desencadeada pela morte de Kelly, que trabalhava para o Ministério da Defesa britânico, tomou um novo contorno com o questionamento pela imprensa dos conselheiros do chefe de governo.
Um artigo de primeira página do jornal "The Independent" afirma, hoje, que a decisão de difundir publicamente o nome de David Kelly veio de Downing Street, sede da administração Blair, e se contrapôs à opinião do Ministério da Defesa, que desejava preservar o anonimato do cientista.
Fonte da BBC
Kelly, especialista em microbiologia e que realizou numerosas inspeções no Iraque, ao que tudo indica, se matou na sexta-feira (18) depois de o Ministério da Defesa revelar que o cientista era provavelmente a fonte da informação da BBC, que afirmou em maio que o governo exagerara deliberadamente os relatórios sobre as armas de destruição em massa do Iraque.
Segundo o "Independent", que cita fonte anônima, foram os conselheiros do primeiro-ministro que obrigaram o Ministério da Defesa a revelar, no dia 9 de julho, que David Kelly era provavelmente a fonte da BBC.
Uma autoridade declarou ao jornal que no Ministério da Defesa tinha-se a impressão de que era preciso fazer de tudo para sempre proteger Kelly.
Esta informação contradiz, aparentemente, as declarações do porta-voz de Tony Blair. O representante do governo disse que Downing Street foi apenas consultada sobre o caso da BBC.
O porta-voz afirmou que o governo foi consultado, mas era o Ministério o responsável pelo assunto.
Na China
O caso da morte de Kelly alcançou hoje Blair em Pequim, quando uma estudante chinesa perguntou ao líder britânico como ele se sentiu ao saber do aparente suicídio do cientista.
"É um momento extremamente triste para a família do doutor Kelly. Seu funeral ainda não foi celebrado e não quero dizer mais nada... só que haverá uma ampla investigação independente sobre o que ocorreu", respondeu Blair à estudante da Universidade Qinghua.
Ontem, Blair prometeu "cooperar plenamente" com o juiz Lord Hutton, encarregado das investigações sobre a morte de Kelly
Blair desmentiu ter autorizado que Kelly fosse identificado como fonte principal das matérias da BBC sobre a ação do governo no Iraque.
"Eu não dei qualquer autorização para que o nome de Kelly fosse associado às matérias que falavam de exageros para justificar a guerra", declarou o primeiro-ministro.
A imprensa britânica informou, hoje, que o ministro da Defesa, Geoff Hoon, havia dado pessoalmente a autorização para que o nome do cientista fosse revelado à imprensa, mesmo sob a anterior promessa de anonimato a Kelly.
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