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07/08/2009 - 07h40

Tribunal rejeita reabrir investigação sobre morte de jornalista russa

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da Efe, em Moscou (Rússia)

O Tribunal Militar de Moscou rejeitou nesta sexta-feira o pedido dos filhos da jornalista russa Anna Politkovskaya, assassinada com um tiro em 2006, de reabrir a investigação sobre o caso e ordenou a seleção do júri para a realização de um segundo julgamento.

A jornalista era uma crítica do Kremlin que escrevia sobre violação de direitos, o que levantou questionamentos sobre a determinação da Rússia de proteger a liberdade de expressão.

O juiz explicou que, "embora existam provas sobre a participação de outras pessoas no crime --além das acusadas no primeiro julgamento--, nas conclusões da Promotoria, não haverá nova investigação", segundo a agência Interfax.

Além disso, afirmou que "não há argumentos" que justifiquem a necessidade de unir em um só caso as acusações contra todas as pessoas que participaram do assassinato de Anna, ou seja, o assassino, os cúmplices e os organizadores.

O juiz deixou aberta somente a possibilidade de que o assunto retorne à Promotoria para uma nova investigação, caso o processo seja obstruído por questões processuais ou outros motivos.

No entanto, anunciou que ordenou o início do processo de seleção dos 12 membros do júri, entre 60 candidatos.

A advogada da família da jornalista assassinada, Karina Moskalenko, afirmou na saída do tribunal que os parentes de Anna tinham decidido recorrer.

Os filhos de Anna, Ilya e Vera, tinham pedido, na quarta-feira, na primeira audiência preliminar após a reabertura do caso, que ele retornasse às mãos da Promotoria, com o objetivo de encontrar tanto o autor do assassinato, quando os mandantes do crime.

Julgamento

Em junho, a Suprema Corte da Rússia anulou a absolvição dos três homens acusados de ter ligação com o assassinato de Politkovskaya e ordenou a realização de um novo julgamento.

Um atirador matou Politkovskaya na entrada de seu apartamento no centro de Moscou, em 7 de outubro de 2006. A jornalista, que nasceu em Nova York, em 1958, preparava um artigo sobre as torturas sistemáticas na Tchetchênia, que foi publicado pelos colegas cinco dias após sua morte.

O suposto assassino da jornalista, Rustam Makhmudov, se encontra em paradeiro desconhecido.

Depois de um mês de julgamento, um júri determinou que os irmãos de Makhmudov, Dzhabrail e Ibragim, não agiram como cúmplices no assassinato e inocentou também o ex-policial Servei Khadzhikurbanov da acusação de ter organizado o crime.

O quarto, o oficial dos serviços secretos Pavel Ryaguzov, foi processado por abuso de poder e extorsão.

Os advogados da família de Politkovskaya, uma dos jornalistas mais críticas ao Kremlin devido ao conflito na Tchetchênia, tinham denunciado várias vezes que, entre os acusados, não estavam todos os envolvidos no assassinato.

Os suspeitos tinham alegado inocência desde o fim de novembro de 2008, quando começou o processo, marcado por filtragens de dados da investigação e pela polêmica sobre o suposto papel dos serviços secretos russos.

 

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