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01/08/2003
-
09h43
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, terá de depor em um inquérito judicial quando começarem as investigações sobre o aparente suicídio do especialista em armas britânico David Kelly, ainda neste mês.
"Proponho pedir ao primeiro-ministro e ao ministro da Defesa, Geoff Hoon, que deponham", disse o juiz Lorde Hutton, que coordena o inquérito.
Blair já concordou em depor e ofereceu interromper suas férias no Caribe, se necessário, para comparecer ao inquérito. No dia 22 de julho, Blair prometeu "cooperar plenamente" com o juiz.
Na quarta-feira (30), na entrevista mensal que concede à imprensa, em Londres, Blair evitou responder a perguntas sobre o papel do governo nas circunstâncias envolvendo a morte de Kelly.
Microbiólogo de renome e ex-inspetor de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque, Kelly era a principal fonte anônima citada por um jornalista da BBC para afirmar que o governo de Blair exagerou deliberadamente o informe sobre o arsenal iraquiano difundido em setembro de 2002.
Suicídio
Pai de três filhas, Kelly foi encontrado morto no dia 18 deste mês perto de sua casa, a cerca de 70 km de Londres. Segundo a autópsia, Kelly se suicidou na véspera, cortando as veias do punho esquerdo.
Os índices de confiança em Blair vêm caindo conforme não são encontradas armas de destruição em massa no Iraque. A presença de um suposto arsenal no país foi a principal justificativa para EUA e Reino Unido iniciarem a guerra, que derrubou o regime de Saddam Hussein no dia 9 de abril.
Hutton disse que já recebeu material do governo sobre discussões detalhadas entres autoridades e ministros britânicos depois que Kelly admitiu ter falado com a BBC.
"Pretendo ouvir depoimentos detalhados relacionados a essas discussões", declarou. No dia 9 de julho, o nome de Kelly caiu em domínio público e ficou conhecido por muitos jornalistas. É minha intenção ouvir depoimentos sobre como e por que isso aconteceu."
Desprezando sugestões de que teria havido interferência externa, o juiz, que integra a seção judicial da Câmara dos Lordes, instância judicial suprema do Reino Unido, disse hoje: "Sou eu e apenas eu quem decide que testemunhas serão chamadas".
Hutton afirmou também que pedirá depoimentos do jornalista Andrew Gilligan (autor da matéria que tinha Kelly como fonte), do presidente da BBC, Gavyn Davies, da viúva do cientista, Janice Kelly, e talvez das filhas do especialista em armas, além de um psiquiatra.
O governo disse que o inquérito de Hutton será focado nos acontecimentos que levaram à morte de Kelly. Mas políticos de oposição querem uma abordagem mais ampla, que remeta aos motivos que levaram Blair a tomar a decisão de invadir o Iraque ao lados dos EUA.
Com agências internacionais
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Juiz convoca Blair a depor em inquérito sobre caso Kelly
da Folha OnlineO primeiro-ministro britânico, Tony Blair, terá de depor em um inquérito judicial quando começarem as investigações sobre o aparente suicídio do especialista em armas britânico David Kelly, ainda neste mês.
"Proponho pedir ao primeiro-ministro e ao ministro da Defesa, Geoff Hoon, que deponham", disse o juiz Lorde Hutton, que coordena o inquérito.
Reuters - 24.02.2003 |
Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido |
Na quarta-feira (30), na entrevista mensal que concede à imprensa, em Londres, Blair evitou responder a perguntas sobre o papel do governo nas circunstâncias envolvendo a morte de Kelly.
Microbiólogo de renome e ex-inspetor de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque, Kelly era a principal fonte anônima citada por um jornalista da BBC para afirmar que o governo de Blair exagerou deliberadamente o informe sobre o arsenal iraquiano difundido em setembro de 2002.
Suicídio
Pai de três filhas, Kelly foi encontrado morto no dia 18 deste mês perto de sua casa, a cerca de 70 km de Londres. Segundo a autópsia, Kelly se suicidou na véspera, cortando as veias do punho esquerdo.
Reuters |
O cientista David Kelly, assessor do governo britânico |
Hutton disse que já recebeu material do governo sobre discussões detalhadas entres autoridades e ministros britânicos depois que Kelly admitiu ter falado com a BBC.
"Pretendo ouvir depoimentos detalhados relacionados a essas discussões", declarou. No dia 9 de julho, o nome de Kelly caiu em domínio público e ficou conhecido por muitos jornalistas. É minha intenção ouvir depoimentos sobre como e por que isso aconteceu."
Desprezando sugestões de que teria havido interferência externa, o juiz, que integra a seção judicial da Câmara dos Lordes, instância judicial suprema do Reino Unido, disse hoje: "Sou eu e apenas eu quem decide que testemunhas serão chamadas".
Hutton afirmou também que pedirá depoimentos do jornalista Andrew Gilligan (autor da matéria que tinha Kelly como fonte), do presidente da BBC, Gavyn Davies, da viúva do cientista, Janice Kelly, e talvez das filhas do especialista em armas, além de um psiquiatra.
O governo disse que o inquérito de Hutton será focado nos acontecimentos que levaram à morte de Kelly. Mas políticos de oposição querem uma abordagem mais ampla, que remeta aos motivos que levaram Blair a tomar a decisão de invadir o Iraque ao lados dos EUA.
Com agências internacionais
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