Mídia do Vaticano destaca defesa do aborto feita por Ted Kennedy

O "Osservatore Romano", o jornal do Vaticano, lembrou a morte do senador americano Ted Kennedy, que ocorreu na noite desta terça-feira (25), por causa de um câncer cerebral, e o elogiou por ter estado "constantemente na primeira fila da batalha, na luta pelos direitos dos imigrantes, do controle das armas, do salário mínimo aos mais necessitados". "Infelizmente", afirmou a publicação, "ele foi também a favor do aborto".

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AP

Ted Kennedy em foto tirada no seu aniversário de 30 anos, durante visita ao Senado de Berlim (Alemanha); senador morreu nesta terça

Embora fosse católico, Ted Kennedy apoiou, desde meados dos anos 70, o direito ao aborto.

Em entrevista à Rádio Vaticana, o especialista Giuseppe Mammarella, professor emérito de relações internacionais na Universidade Stanford, afirma que Kennedy representava a última expressão "do mito da grande família americana", referência inclusive para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

O estudioso afirmou ainda que entre os maiores êxitos de Ted Kennedy estão as leis sobre a imigração, sobre a saúde e sobre os direitos civis. "Mas ele também foi centro de uma série de julgamentos nem sempre favoráveis para sua vida um pouco 'desregrada'. Porém, com a sua morte, Obama perde um aliado importante."

Os meios de comunicação do Vaticano destacaram também a carta enviada pelo democrata ao papa Bento 16 e entregue por Obama no último dia 10 de julho. No texto, o senador pedia ao Pontífice que rezasse por ele, já abalado pelo desenvolvimento do tumor.

O mais novo dos três irmãos que ocuparam papel central na política americana na segunda metade do século 20, Ted Kennedy tornou-se uma das vozes mais proeminentes em defesa de políticas liberais nos EUA desde que foi eleito, em 1962, para a vaga no Senado que fora de seu irmão John Kennedy, então presidente.

Conhecido como leão do Senado, Ted era o segundo senador mais antigo da Câmara Alta, onde permaneceu por 47 anos. Durante a carreira política, ele impulsionou leis pelos direitos civis, melhorias para os deficientes, saúde e educação. Uma de suas últimas intervenções no Senado aconteceu em julho de 2008, quando foi à Câmara participar de uma votação chave sobre o plano de saúde para os aposentados.

Com Ansa e Efe