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Brown diz que libertação de terrorista de Lockerbie competiu apenas à Escócia
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da Folha Online
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, revelou em entrevista ao jornal britânico "Financial Times" que disse em julho ao ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, que qualquer decisão sobre o terrorista líbio condenado pelo atentado de Lockerbie competia apenas ao governo da Escócia.
As declarações são feitas em um momento que a o governo britânico enfrenta acusações de que libertou Abdel Basset al Megrahi --único condenado pelo atentado aéreo de Lockerbie (Escócia) em 1988, no qual 270 pessoas morreram-- no mês passado em meio a um acordo para destravar negociações entre Reino Unido e Líbia sobre a exploração de petróleo e gás no país africano.
"Me encontrei com o coronel Gaddafi no G8 da Itália e deixei absolutamente claro que isso não era uma decisão --o futuro e a sorte do senhor Megrahi-- que nós como Reino Unido não podíamos tomar", disse Brown se referindo à cúpula do G8 ocorrida entre 8 e 10 de julho na cidade de Áquila (Itália). "Discuti o caso do prisioneiro, que abordou comigo, e que suponho esperava abordar comigo (...) e falei para ele que não poderia dizer outra coisa que não fosse que o Executivo escocês tomaria essa decisão."
"Nós, do governo britânico, nunca estivemos em posição de dizer outra coisa que não fosse que era uma decisão que recaía à administração escocesa", insistiu.
A recente decisão do governo escocês de liberar Al Megrahi por questões humanitárias --ele sofre de um câncer em estado terminal-- detonou uma série de acusações que ligavam a liberação à acordos comerciais entre Reino Unido e Líbia.
Diante da polêmica, os governos britânico e escocês devem tornar públicas as correspondências mútuas sobre Al Megrahi --essencialmente cartas trocadas pelos ministros da Justiça.
No domingo, o ministro britânico da Justiça, Jack Straw, já havia desmentido que o governo local aceitou, em 2007, incluir Al Megrahi em um acordo que trocava prisioneiros por um importante contrato petrolífero, conforme noticiou o "Sunday Times".
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