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08/09/2009 - 07h24

Otan reconhece morte de civis em ataque no Afeganistão e cria time de investigação

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da Efe, em Cabul (Afeganistão)
da Folha Online

A Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), ligada a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), reconheceu nesta segunda-feira que o bombardeio aéreo realizado no último dia 4, em Kunduz, no norte do Afeganistão, "matou e feriu" civis. A aliança militar anunciou ainda a nomeação formal de uma equipe para investigar os fatos.

"Uma avaliação inicial realizada no lugar por McChrystal e vários membros de sua equipe concluíram que civis tinham morrido e resultado feridos no bombardeio", afirmou a nota da Otan.

AP/04set.09.(articleGraphicSpace).
Policiais afegãos observam rifles queimados durante incêndio causado por bombardeio aéreo da Otan
Policiais afegãos observam rifles queimados durante incêndio causado por bombardeio aéreo da Otan

O governador afegão local, Mohammad Omar, disse na sexta-feira (4) que até 90 pessoas tinham morrido no ataque, mas reduziu os números no final do dia para 72 mortos e 15 feridos. Ele disse que cerca de 30 dos mortos tinham sido identificados como insurgentes, incluindo quatro tchetchenos e um comandante local do grupo islâmico radical Taleban. Ele disse que o resto provavelmente eram combatentes ou seus familiares.

O chefe das tropas internacionais no país, Stanley McChrystal, nomeou uma equipe de investigação liderada liderada pelo general canadense C. S. Sullivan e formado por um oficial dos Estados Unidos, um alemão e um assessor legal, informou a organização em comunicado.

O bombardeio tinha como objetivo destruir dois caminhões de combustível roubados horas antes pelos talebans, aproveitando que os veículos tinham ficado parados no trânsito próximos ao rio Kunduz. Segundo os primeiros indícios, os oficiais alemães pensaram que não havia civis na zona, sem saber que os insurgentes tinham dado o sinal verde aos aldeões para que levassem o combustível dos veículos.

Os talebans publicaram uma lista com 79 nomes de vítimas, entre as quais há 27 jovens com menos de 18 anos, e negaram que houvesse insurgentes entre os falecidos.

Arte/Folha Online

Segundo a Isaf, os trabalhos dos oficiais de investigação levarão várias semanas e serão realizados em coordenação com outra equipe nomeada e enviada pelo presidente afegão, Hamid Karzai.

"Que erro de julgamento. Mais de 90 mortos por um simples caminhão, que além disso estava parado no leito de um rio", se indignou Karzai em entrevista publicada neste domingo pelo diário francês "Le Figaro".

Os resultados da investigação serão agora compartilhados com as autoridades afegãs e as alemãs.

Tensão

O ataque em Kunduz pode reacender a rejeição ao trabalho das forças internacionais entre os civis afegãos, dois meses depois que o novo comandante das forças dos EUA no país, Stanley McChrystal, anunciar medidas para reduzir a morte de civis na guerra.

Em reportagem publicada em junho pelo jornal americano "The New York Times", McChrystal afirmou em entrevistas nos últimos dias que a utilização de ataques aéreos no Afeganistão será permitida apenas para prevenir ofensivas contra tropas americanas e da coalizão internacional.

A declaração veio após a repercussão do ataque americano de 4 de maio passado que matou 140 civis Província de Farah, em maio, segundo fontes afegãs. Os EUA admitiram erros na operação, mas dizem ter matado mais talebans que civis. Dias após o ataque, militares americanos contabilizaram um saldo de 20 civis e 60 insurgentes mortos.

Comentários dos leitores
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
ROBERTO WILLIAM BANGOIM (80) 01/02/2010 22h08
Nao irá demorar , como alguns já disseram, o povo afegao irá perceber a ameaça....os interesses dos EUA E ALIADOS nao passa de interesses economicos num pais governado por corrupto e 'súdito dos BUSH. Obama demonstrou no seu nobel da paz a sua preferencia pela guerra. ORWEL estaria dando risadas pela contradicao que estamos assistindo no mundo. O premio da paz, faz e defende a guerra. E com certeza teremos insurgencias dos soldados afegaos para o combate contra o invansor. O episódio nao foi um incidente... foi um revide. Em breve teremos um reviravolta do povo afegao. Teremos muitas insurgencias das tropas para defender o pais do invasores... é só esperar para ver...está saindo do controle.... sem opinião
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Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Vitor Hugo Medeiros De Luca (2) 01/02/2010 10h17
Gostaria de aproveitar esta notícia para parabenizar o tão respeitado prêmio Nobel, por conceder um prêmio Nobel da Paz a uma pessoa que um mês depois de receber o prêmio envia mais 30.000 soldados ao Afeganistão e agora quer mais US$ 163 bilhoes (R$308 bilhoes) para fazer guerra.
O EUA tem vários interesses no Afeganistão, todos bem longe de pensar na dignidade do povo Afegão e é por isso que eles vão continuar tampando o sol com a peneira. Além disso, Obama não conseguiu liderar um acordo em Copenhaguem (e nem quis) sem falar da rodada Doha e do protecionismo - criticado por todos - feito à economia dos EUA na reforma pós crise econômica. Ainda prefiro Obama a John Maccain, mas ele está MUITO aquém das expectativas. Não tenho dúvidas de que Zilda Arns merecia este prêmio muito mais do que Obama, mas talvez a simplicidade dela não caiba no jogo de interesses deste prêmio.
26 opiniões
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Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
Marcello Sokal (107) 01/02/2010 09h00
E viva a alta tecnologia!.Será que os pretensos "donos do mundo" ,que se dizem tão evoluídos.não conseguem identificar quem é quem no campo de batalha?. O "fogo amigo" não é raro em áreas que os U.S.A atuam,bastar acompanhar os noticiários,estão longe de ser o que apresentam nos filmes, para iludir os tolos de cabeça fraca. Vão perder essa guerra,a do iraque e terão de botar o rabo entre as pernas e cuidar de seus próprios assuntos.Essa de "xerife do mundo" não é mais viável, essas guerras e intervenções a tempos vêm exaurindo o país - e seus contribuintes (manipulados pelo governo mentiroso) - a derrocada é inevitável.Até o próximo século as coisas serão bem diferentes,espero para melhor. Os U.S.A quiseram ser uma nova Roma,mas não conseguiram e nunca conseguirão seu intento. Falando em Roma,esse império governou por 1.000 anos e os U.S.A?. 55 opiniões
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