Chile debate lei para tirar verba de venda do cobre de militares

A presidente chilena, Michelle Bachelet, enviou ao Congresso nesta semana projeto para revogar a Lei do Cobre, que destina às Forças Armadas 10% do dinheiro das vendas do metal, principal produto de exportação chileno. O dinheiro era usado exclusivamente para a compra de armas, segundo informa Cláudia Antunes em reportagem publicada neste sábado pela Folha (a íntegra está disponível apenas para assinantes do jornal e do UOL).

A presidente chilena negociava acabar com a lei há dois anos e a decisão final sobre o tema deve sair até as eleições presidenciais marcadas para 11 de dezembro próximo. O projeto conta com apoio da maioria das forças políticas, incluindo a direita.

A Lei do Cobre original, de 1958, destinava 15% dos lucros das mineradoras a um fundo para equipar as Forças Armadas. Mas ela foi reformulada na ditadura para estabelecer o percentual sobre as vendas e um piso mínimo, equivalente a US$ 240 milhões.

O fim da Lei do Cobre deve reduzir os gastos militares no país, os maiores da América do Sul. Internamente, afirma Antunes, a medida representa ainda o último passo importante na abolição de leis herdadas da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1989).