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29/08/2003 - 17h36

Saiba mais sobre Alastair Campbell, assessor do premiê britânico

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INGRID BAZINET
da France Presse, em Londres

O diretor de comunicação de Tony Blair, Alastair Campbell, que anunciou hoje sua demissão em plena investigação sobre o suicídio do cientista David Kelly, em meados de julho, é considerado um mestre na arte de manipular a informação.

Este ex-jornalista se viu envolvido na grande polêmica entre o governo e a BBC, que o acusou baseando-se em declarações de Kelly de ter ''inflado'' os informes sobre o Iraque para convencer os britânicos da necessidade de participarem da guerra.

Alastair Campbell, 46, conhecido por alguns como ''o verdadeiro vice-premiê'', soube se tornar indispensável em Downing Street.

Os jornalistas políticos britânicos não tinham palavras bastante duras para defini-lo. Chamavam-no de manipulador e mentiroso, e o acusaram de recorrer à intimidação pessoal e a qualquer tipo de pressão em relação à imprensa.

O diretor de informação da BBC, Richard Sambrook, denunciou a avalanche de cartas que Campbell enviou para criticar as reportagens transmitidas durante e depois da Guerra do Iraque.

Mas alguns aspectos do personagem também podem suscitar compaixão ou simpatia, como a depressão nervosa que sofreu quando era jornalista ou sua queda pela bebida no passado. Ou inclusive as crônicas eróticas que em outros tempos ele escrevia sob o pseudônimo de Riviera Gigolo.

Além de praticar o atletismo, é um apaixonado por futebol, torcedor do Burnley, ao norte da Inglaterra.

Redator e depois chefe do serviço político do jornal popular de esquerda ''Daily Mirror'', Alastair Campbell começou a trabalhar em 1994 com Tony Blair, quando este assumiu a direção do Partido Trabalhista, até então na oposição.

Primeiro foi porta-voz oficial do premiê após a esmagadora vitória dos trabalhistas em 1997, e em seguida chegou à direção de comunicação depois da triunfal reeleição de Blair em junho de 2001, de onde pôs em marcha uma enorme máquina de informar.

E também de desinformar, segundo seus detratores, que afirmam que alguns ministros se converteram em simples marionetes graças a ele. Robin Cook e Clare Short, que renunciaram às suas pastas neste ano, não se privaram de denunciar as decisões tomadas sem consultá-los com Blair e que culminaram na Guerra do Iraque.

Na mira desde a morte de David Kelly, que foi submetido a uma pressão sem igual por ter falado com a BBC, Campbell será a primeira vítima política deste caso.

O ex-repórter, que deixará Downing Street no outono (hemisfério norte), surpreendeu mais uma vez a imprensa ao anunciar sua partida ao mesmo tempo que a de Fiona Millar, a mãe de seus três filhos, que até agora era conselheira de Cherie Blair, a mulher do premiê.

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