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18/09/2009 - 09h10

Plano antimíssil antigo dos EUA trazia mais desgaste que ganhos

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RICARDO BONALUME NETO
da Folha de S.Paulo

A decisão do presidente americano de reformular a defesa contra mísseis balísticos baseada na Europa tem um alcance político-diplomático bem maior do que seu impacto em termos militares. O ganho em eficiência para o sistema de defesa antimíssil com um radar na República Tcheca e dez mísseis interceptadores na Polônia era pequeno se comparado com o desgaste político na relação com a Rússia.

Mas a atitude russa de criticar intransigentemente o programa revela também um pano de fundo igualmente político e bem mais desonesto, pois o sistema não constituía ameaça à sua segurança. Os interceptadores na Polônia, ironicamente, estariam perto demais dos mísseis russos para poderem atingi-los. Não daria tempo.

A explicação para isso vem da geografia e das leis da física, além do status atual da ainda muito imperfeita tecnologia de combate a mísseis balísticos.

Como diz o nome, essas armas fazem uma trajetória "balística": uma curva que começa no ponto do lançamento, continua em direção ao espaço e ultrapassa a atmosfera e termina com a queda no alvo em terra. Um míssil balístico atinge velocidades altíssimas, e abatê-lo lembra tentar acertar uma bala de revólver com outro tiro.

O míssil passa por três fases básicas na sua trajetória, e o objetivo da Agência de Defesa de Míssil americana (MDA, "Missile Defense Agency") é dispor de contramedidas capazes de detectar e destruir a arma em cada uma delas.

Há o momento inicial de grande aceleração para passar a atmosfera no qual o míssil pode ser detectado por satélites e destruído por duas armas ainda em desenvolvimento pelos americanos, o interceptador de energia cinética -um míssil antimíssil móvel- e um laser embarcado em avião.

Ao atingir sua trajetória de metade de rota, o míssil balístico pode ser detectado por radares no mar ou em terra, como seria o caso do que seria instalado na República Tcheca. Sua interceptação seria feita por mísseis armazenados em silos em terra.

Outra maneira de fazer a interceptação seria com mísseis SM-3 baseados em navios equipados com o sistema de defesa antiaérea/antimíssil Aegis. São esses navios que na atual proposta americana substituiriam os dez interceptadores baseados em terra que estavam previstos para a Polônia.

A fase final do ataque do míssil balístico, a reentrada na atmosfera e a queda em direção ao alvo, também seria detectada por radar. Este último segmento, a fase dita "terminal", seria combatido por mísseis como o Patriot PAC-3 e o Thaad.

O Thaad (Terminal High Altitude Area Defense, ou "defesa de área terminal de alta altitude") está em desenvolvimento, e sua missão será interceptar mísseis balísticos de alcance curto e médio como os que os iranianos possuem hoje.

Já o míssil Patriot PAC-3 é a versão mais moderna da arma que foi usada com modesto sucesso na Guerra do Golfo de 1990-91. Os EUA argumentam que o míssil foi muito aperfeiçoado desde então. Ele está disponível em quantidade bem maior e também fará parte das defesas na Europa de acordo com o novo plano.

Comentários dos leitores
J. R. (1267) 02/02/2010 13h52
J. R. (1267) 02/02/2010 13h52
Obrigado pela dica! Um bom documentario sobre o poder dos bancos. sem opinião
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Mauricio Valente (7) 01/02/2010 19h40
Mauricio Valente (7) 01/02/2010 19h40
Para J.R.:
Interessante seu conhecimento de política internacional, mas falta um esclarescimento:
Assista ao documentário de Charlie Sheen "a verdade liberta voce" no youtube. Vai gostar de ligar os pontinhos...
sem opinião
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Marcelo Moreto (248) 01/02/2010 18h12
Marcelo Moreto (248) 01/02/2010 18h12
Bom, vamos esperar que parte desses BILHÕES sejam destinados à retirada de tropas dos países que eles invadiram. E esperar que este valor não seja atrelado à dívida externa dos mesmos... 4 opiniões
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