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Otan propõe integrar seu sistema antimísseis com EUA e Rússia
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da Folha Online
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Anders Fogh Rasmussen, propôs nesta sexta-feira "explorar" possibilidades para integrar os sistemas antimísseis da aliança militar com os sistemas dos Estados Unidos e da Rússia --país ao qual pediu "um novo começo" nas relações bilaterais.
Rasmussen afirmou que as três partes devem avaliar uma ação conjunta contra as novas potenciais ameaças nucleares da Ásia e do Oriente Médio e esquecer as animosidades da Guerra Fria.
O apelo à uma ação conjunta vem um dia após o anúncio dos Estados Unidos de que renunciava a instalação de um escudo antimísseis no leste europeu por um novo plano mais moderno e com tecnologia móvel. A decisão foi comemorada pela Rússia, que já anunciou em troca a desistência de instalar mísseis em Kaliningrado.
Saiba mais sobre o novo plano antimísseis dos EUA na Europa
"Nós devemos explorar o potencial de integrar os sistemas de defesa antimísseis dos EUA, Otan e Rússia em uma hora apropriada", disse Rasmussen. "Tanto a Otan quanto a Rússia tem muita experiência em defesa de mísseis. Nós deveríamos agora trabalhar para combinar esta experiência para nosso interesse mútuo."
"Nossas nações e forças no terreno vão ser cada vez mais vulneráveis aos ataques com mísseis de outros países", disse Rasmussen, em seu primeiro grande discurso após ser eleito secretário-geral da Otan.
Ele considerou que há um "interesse partilhado" na prevenção da proliferação de armas de destruição em massa e seu transporte, já que, 'se a Coreia do Norte mantiver seu poder nuclear e o Irã obtiver o mesmo, seus vizinhos podem se sentir tentados a seguir seu exemplo".
"A proliferação de tecnologia de mísseis balísticos não é só uma preocupação para os países aliados, mas também para a Rússia", disse.
Cooperação
Rasmussen propôs ainda que a Otan e a Rússia reforcem sua cooperação em todos os domínios e revitalizem seu diálogo no Conselho Otan-Rússia.
"Acho que a Otan e a Rússia podem recomeçar", declarou Rasmussen, em discurso em Bruxelas.
Ele apresentou três propostas concretas para obter este acordo. A primeira consiste em analisar imediatamente o reforço da cooperação em todos os âmbitos considerados por eles de interesse comum --como a luta contra o terrorismo, a proliferação de armas em destruição em massa e a estabilização do Afeganistão.
Para restabelecer a confiança, Rasmussen deseja "revitalizar" o Conselho Otan-Rússia (órgão de consulta entre a Aliança e Moscou), para poder abordar estes temas sem prejulgamento.
Ele também ofereceu nesta sexta-feira à Rússia a revisão conjunta dos novos desafios de segurança do século 21.
Rasmussen levantou ainda a hipótese de examinar a proposta para nova arquitetura de segurança euro-atlântica do presidente russo, Dimitri Medvedev, para tentar tranquilizar Moscou.
Reação
O embaixador da Rússia na Otan, Dmitry Rogozin, comemorou o discurso de Rasmussen por mais cooperação entre a aliança e a Rússia.
"Foi muito positiva, muito construtiva e nós temos que analisar juntos todas as propostas de Rasmussen para um novo começo na cooperação entre a Otan e a Rússia", disse Rogozin, em entrevista coletiva.
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