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25/09/2009 - 11h01

Tailândia nega a Colômbia extradição do "mercador da morte" para os EUA

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colaboração para a Folha Online

Um tribunal penal de Bancoc, na Tailândia, desprezou nesta sexta-feira a alegação apresentada pela Colômbia em favor da extradição do suposto traficante de armas russo Viktor Bout, conhecido como "mercador da morte", aos Estados Unidos.

O tribunal disse que o pedido foi apresentado fora de prazo e aceitou, por outro lado, incluir um protesto de Bout contra a sua deportação, indicaram fontes judiciais.

Efe
Viktor Bout (centro), um dos maiores traficantes de armas do mundo, em foto tirada quando foi preso em Bancoc, na Tailândia
Viktor Bout (centro), um dos maiores traficantes de armas do mundo, em foto tirada quando foi preso em Bancoc, na Tailândia

Os EUA, através da Procuradoria Geral da Tailândia, apelaram no último dia 14 de agosto contra a sentença que, três dias antes, negou a deportação de Bout para ser julgado perante um tribunal americano por vender armas à guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), conspirar para assassinar a funcionários norte-americanos e comprar lança-foguetes antiaéreos.

O ministro colombiano de Relações Exteriores, Jaime Bermúdez, apresentou este mês ao recurso americano um relatório de 300 páginas no qual descreve ao russo como "um traficante ilegal de armas muito perigoso" e como suspeito de tentar vender às Farc cem lança-mísseis antiaéreos portáteis Igla, entre outras armas.

Bermúdez expôs, além disso, 607 razões pelas quais as Farc têm que se consideradas na Tailândia um grupo terrorista em vez de uma organização política.

Em março de 2008, Bout, ex-piloto e agente da KGB, foi detido no luxuoso hotel Sofitel de Bancoc por membros da agência antidroga dos EUA que se faziam passar por compradores de armas.

As autoridades tailandesas se disponibilizaram em princípio a processá-lo por um delito de apoio ao terrorismo, mas desistiram perante a falta de provas. Bout sairá livre se as apelações dos EUA e da Colômbia forem rejeitadas. Há um ano e meio ele é mantido em uma prisão de segurança máxima da capital tailandesa, na qual assegura ter sido tratado "pior que em Guantánamo" --uma referência à prisão para suspeitos de terrorismo mantida pelos EUA em Cuba.

Perfil

O ex-piloto e agente da KGB, o serviço secreto soviético, afirma ser um honrado empresário, fala seis idiomas e é conhecido por oito nomes diferentes. O personagem interpretado por Nicolas Cage no filme "O Senhor das Armas" (2005) foi vagamente inspirado em Bout, que nasceu no Tadjiquistão.

Ele nega envolvimento no tráfico ilegal de armas e alega que estava envolvido apenas no transporte das cargas. Segundo os serviços de inteligência ocidentais, o suposto traficante aproveitou o fim da União Soviética para comprar de generais corruptos e a baixo preços, arsenais inteiros na Bulgária, Moldova ou Ucrânia, para vendê-los a regiões de conflito, principalmente à África.

O "mercador da morte" se transformou no principal provedor de armas para as guerras em Serra Leoa, Angola e República Democrática do Congo.

A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional afirma que ele chegou a operar uma frota de mais de 50 aviões que transportavam armas por todo o continente africano, onde conseguiu até mesmo evitar um embargo internacional para fazer negócios com Charles Taylor, ex-presidente da Libéria e notório "senhor da guerra", que atualmente está sendo julgado em Haia por crimes de guerra.

 

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