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21/10/2009 - 14h39

França diz que proposta de acordo nuclear só depende do Irã

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da Folha Online

O diretor político do Ministério de Relações Exteriores francês, Jacques Audibert, disse nesta quarta-feira que a atual proposta de acordo nuclear com o Irã agrada "a França e todos seus aliados". "As quantidades e prazos que nos parecem adequados figuram [na proposta]. Agora temos de esperar para ver se o Irã irá aceitá-la. Eles têm dois dias para dizer se os agrada."

Mais cedo, o chefe da delegação do Irã no diálogo, Ali Asghar Soltanieh, afirmou que o texto está "no caminho certo", mas que ainda quer "estudar a fundo o texto e elaborar mais sobre os números". Em seguida, ele reafirmou o direito do Irã de enriquecer urânio.

Essa proposta de acordo foi entregue nesta quarta-feira para Estados Unidos, Rússia, França e o Irã, depois de negociação ocorrida em Viena, na Áustria. O texto precisa ser ratificado em todos os países, e o prazo para análise acaba nesta sexta-feira (23).

Segundo diplomatas citados pelas agências internacionais, a proposta de acordo estabelece que o Irã enviará grande parte do urânio pouco enriquecido que possui --1,2 tonelada da 1,5 tonelada existente- para Rússia e França, onde o material seria reprocessado para, depois, ser devolvido ao Irã com até 19,75% de pureza --o suficiente para gerar energia, mas pouco para produzir armas nucleares.

Desta forma, as potências reduziriam drasticamente as reservas de urânio iranianas, sem minar os esforços pacíficos que o país diz almejar. Para produzir uma bomba atômica, são necessárias cerca de 2 toneladas de urânio enriquecido a 90%.

O Irã já afirmou que, se as negociações fracassarem, enriquecerá o urânio até 20% de pureza por conta própria para alimentar um reator médico que permite o diagnóstico e o tratamento do câncer. Esse reator funcionava até agora com combustível atômico de fabricação argentina, recebido em 1993, e que está acabando.

Conforme o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, o prazo para que os governos dos quatro países envolvidos se manifestem ou ratifiquem o texto acaba nesta sexta-feira (23). "Foi feito circular um projeto de acordo que em minha opinião reflete um enfoque equilibrado para progredirmos", disse ElBaradei.

Ele disse ainda que qualquer acordo do tipo deve ser submetido ao comitê de 35 membros da AIEA para a ratificação. A próxima reunião do comitê está marcada para o final de novembro. "Todo mundo, nestas conversas, tenta olhar para o futuro, e não para o passado, e curar as feridas existentes por muitos anos. [...] Este acordo deve abrir espaço para as negociações em aspectos mais amplos para resolver a crise."

O regime iraniano nega que tenha intenções bélicas com o programa nuclear e diz que enriquece urânio apenas para produzir combustível para reatores nucleares de pesquisas, principalmente para produzir isótopos usados para tratar alguns tipos de câncer.

O Irã está submetido a três séries de sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) por desafiar os pedidos para congelar o enriquecimento de urânio. As sanções incluem a embargos a todas as transferências de materiais nucleares ou tecnologias que possam ser usadas para a atividade.

Com agências internacionais

Comentários dos leitores
J. R. (1256) 30/01/2010 08h52
J. R. (1256) 30/01/2010 08h52
Seria até possível forçar o Irã às inspeções caso Israel também se submeta a inspeções da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) em todas as suas instalações de Dimona e militares. Assim o mundo ficaria mais tranquilo ao saber que não estão escondendo armas de destruição em massa, do mesmo modo que o Irã. Obviamente a comissão da AIEA tem que ser formada por representantes de todas as partes, não apenas os escolhidos a dedo pelos U-S-A. A paz exige sacrifício e determinação. sem opinião
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eduardo de souza (628) 24/01/2010 19h07
eduardo de souza (628) 24/01/2010 19h07
Não acredito que por em risco sua própria gente será barreira para os "adoradores do caos". A Espanha acena que esta fora dos conflitos pesados, a China só vai obeservar, outros países também terão lucidez e cairão fora. Sobrará a batata quente para aqueles que a "fornaram", e terão que arcar com seus atos, pois o que enfrentarão já derrotou outros impérios no passado. O Irã não é qualquer um não. Quem viver verá. 3 opiniões
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J. R. (1256) 20/01/2010 07h29
J. R. (1256) 20/01/2010 07h29
O assassinato do físico nuclear iraniano Masud Ali Mohammadi, engajado ao movimento nacionalista iraniano, obviamente foi obra da Cia e Mossad, pelas caracteristicas, embora neguem até o fim como sempre fazem. Com esse ataque terrorista agora deverá ocorrer uma espécie de "caça às bruxas" na Universidade de Teerã, e talvez esse seja, além de
assassinar o professor, o objetivo final da ação, que é dividir internamente o Irã. Como os U-S-A divulgaram recentemente, o que está ocorrendo de fato agora é uma aceleração do programa nuclear do Irã. Pelo andar da carruagem os U-S-A sabem que já não podem mais promover uma guerra convencional contra o Irã, pois poriam em risco suas tropas.
Agora só resta uma saída: tentar minar e derrubar o atual governo iraniano através de ações de terrorismo e sabotagem, o que parece ser algo impossível e só serviria para massacrar ainda mais a oposição. O lider religioso Khamenei fala abertamente que "Todas as partes com tendências diferentes devem se distanciar claramente dos inimigos, em particular as elites influentes, que devem também se abster de fazer comentários ambíguos", o que não deixa de ser o início do combate à influência dos U-S-A sobre a classe média iraniana, e uma nova revolução está em curso para solidificar a atual.
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