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17/10/2003 - 16h11

Sánchez de Lozada vai entregar sua renúncia hoje, diz rádio

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da France Presse, em La Paz
da Folha Online

O presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez de Lozada, aceitou renunciar frente à grave situação social e política de seu país e viabilizar a sucessão constitucional em favor do vice-presidente Carlos Mesa, segundo informações da rádio Erbol de La Paz, que não citou a fonte.

O presidente "formalizará sua renúncia em uma carta ao Congresso Nacional e depois procederá à sucessão constitucional ainda esta tarde", disse um membro do Parlamento, que não quis se identificar.

Outras fontes também informaram que Sánchez de Lozada fará uma declaração pública às 17h (horário de Brasília). Até o momento nenhuma dessas informações foi confirmada pelo governo boliviano.

Informações anteriores deram conta de que o alto comando militar da Bolívia, encabeçado pelo comandante das Forças Armadas general Roberto Claros, chegou pouco depois das 14h locais (15h de Brasília) à residência presidencial para consultas com o presidente Sánchez de Lozada, que se encontra reunido com seu gabinete.

Várias rádios da Bolívia divulgaram o Hino Nacional da Bolívia, enquanto centenas de pessoas nas ruas da capital comemoravam a suposta renúncia.

Apoio

Sánchez de Lozada disse hoje que recebeu o apoio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, com quem falou por telefone pela manhã.

"Tenho que dizer que recebi, na manhã de hoje, um telefonema do presidente Chávez, coisa que estranhava [ainda não ter recebido a chamada de Chávez] porque o apoio dos outros [líderes latino-americanos] chegaram imediatamente", disse Sánchez de Lozada à rádio RPP.

Sánchez de Lozada disse que Chávez manifestou sua disposição em ajudar, afirmando que estaria apto a fazer o que estiver ao alcance dele para evitar um colapso do regime democrático.

Pouco antes, o ex-capitão Manfred Reyes Villa, líder de um importante partido de centro-direita boliviano, rompeu com o governo e se uniu ao pedido geral da população de renúncia de Sánchez de Lozada.

O líder da Nova Força Republicana (NFR) anunciou que não integra mais a coalizão de governo, que além do partido do presidente, o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), também conta com a participação do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR), de Jaime Paz Zamora.

Ontem, os vice-ministros da Microempresa, Samuel Soria, chefe da NFR, e o das Pensões, Vincent Gómez García, demitiram-se de seus cargos.

Outros militantes do NFR, entre eles um deputado, fazem jejum numa igreja católica da Ordem dos Salesianos.

Manifestações

Ontem, milhares de índios e mestiços bolivianos participaram da maior manifestação no país nos últimos 20 anos para exigir a renúncia do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada depois dos incidentes que, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, causaram a morte de mais de 80 pessoas em um mês.
Um projeto para exportar gás pelo Chile para Estados Unidos e México, em condições consideradas desvantajosas por várias organizações bolivianas, foi o estopim da convulsão social.

As novas propostas foram apresentadas pelo presidente em rede nacional de rádio e televisão, após intensas reuniões na Quarta-feira (15) com os dirigentes da Nova Força Republicana (NFR/centro direita) e do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR/social democrata), que integram a aliança de governo.

Sánchez de Lozada apareceu na TV ao lado dos líderes do MIR e NFR, o ex-presidente Jaime Paz Zamora e Manfred Reyes Villa.

As reuniões foram realizadas em La Paz, onde persistem os protestos, que também sacodem as cidades de Cochabamba, Sucre e Oruro, entre outras.

O texto diz que apesar das propostas do governo, "os protestos continuam, com evidente objetivo político destinado a acabar com o regime constitucional".

Com agências internacionais

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