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Presidente da Coreia do Sul convoca reunião de emergência após disputa naval
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da Folha Online
O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, convocou nesta terça-feira uma reunião de emergência com os ministros relacionados às questões de segurança para discutir a troca de tiros mais cedo entre navios do país e da Coreia do Norte, no mar Ocidental (mar Amarelo).
Myung-bak pediu aos militares que mantenham a calma para evitar que a disputa naval não piore ainda mais a já tensa relação entre os dois países, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
"O presidente instruiu os militares para reagirem decisivamente, embora de maneira calma, para garantir que a situação não se deteriore mais", disse Lee Dong-kwan, secretário da Presidência para Relações Públicas, com comunicado citado pela Yonhap.
O primeiro-ministro, Chung Un-chan, também tentou amenizar as consequências da troca de tiros que classificou como "acidental". "Pedimos as pessoas que tenham confiança nos nossos militares e no governo e que levem sua vida normalmente".
A Coreia do Sul não vai alterar nenhum procedimento com a Coreia do Norte e manterá sua fronteira aberta para os trabalhadores locais, além da ajuda humanitária.
Já as autoridades norte-coreanas exigiram um pedido de desculpas e denunciaram uma "grave provocação armada" do vizinho.
"As autoridades militares sul-coreanas devem apresentar desculpas ao Norte por esta provocação armada e adotar as medidas que se impõem para que uma provocação similar não volte a se repetir", afirma o Estado-Maior norte-coreano em um comunicado divulgado pela agência KCNA.
No mês passado, Pyongyang acusou Seul de ter violado a fronteira marítima em litígio e enviou navios de guerra à zona.
Versões
Uma patrulha naval norte-coreana e uma embarcação da Marinha da Coreia do Sul trocaram disparos nas águas do mar Ocidental (mar Amarelo) nesta terça-feira às 11h28 (0h28 no horário de Brasília), perto da ilha de Daechong.
Segundo a agência sul-coreana Yonhap, a breve disputa não deixou vítimas. Pyongyang, contudo, já reivindicou pedido formal de desculpas de Seul alegando que o ataque provocou sérios danos à patrulha norte-coreana.
A agência, que cita uma fonte do Ministério da Defesa em Seul, informa que uma patrulha norte-coreana cruzou a linha de fronteira marítima, o que levou à embarcação da Coreia do Sul a realizar "disparos de advertência", respondidos prontamente pelos norte-coreanos. O navio patrulha do regime comunista de Pyongyang "aparentemente sofreu danos", afirmou a fonte.
O canal sul-coreano YTN, citando fontes militares, informou que o barco norte-coreano atravessou a fronteira quando perseguia um pesqueiro chinês que operava na região.
Segundo a versão do Estado-Maior sul-coreano, o navio da Coreia do Norte "abriu fogo contra nosso navio". "Respondemos, obrigando o navio norte-coreano a recuar em sua rota", afirma um comunicado militar.
"Não houve vítimas do nosso lado. Permanecemos vigilantes quanto a novas provocações do Norte", completa o texto.
Já a agência oficial norte-coreana KCNA afirmou ainda que o navio da Coreia do Norte retornava de uma missão de reconhecimento quando "um grupo de navios de guerra das forças sul-coreanas lhe passaram a caçá-los e cometeram a grave provocação de disparar-lhe".
Histórico
A linha de fronteira marítima entre os dois países, em tese ainda em guerra, já que não assinaram um tratado de paz para acabar com o conflito de 1950-1953, nunca foi reconhecida pela Coreia do Norte e é uma área de de frequentes disputas entre as duas Coreias.
Em 2002, navios de guerra norte-coreanos dispararam contra navios da Coreia do Sul e deixaram quatro mortos e 18 feridos. Posteriormente, Pyongyang se desculpou.
Três anos antes, em 1999, aconteceu outro enfrentamento que acabou com o naufrágio de um navio de Pyongyang e a morte de cerca de 80 marinheiros.
A zona de fronteira marítima entre as duas Coreias é especialmente conflituosa, já que Pyongyang rejeita a polêmica Linha do Limite do Norte (NLL), estabelecida no final da Guerra da Coreia (1950-1953) pelas tropas da ONU (Organização das Nações Unidas) lideradas pelos Estados Unidos.
Trata-se de uma linha fronteiriça que é objeto de disputa por ambas partes, que se acusaram mutuamente de violá-la em numerosas ocasiões.
A Coreia do Norte assinalou em inúmeras vezes que as incursões de seu vizinho do sul são 'premeditadas' para intensificar a tensão, enquanto Seul repete acusações similares contra Pyongyang.
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