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Rússia adia abertura de usina nuclear no sul do Irã
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da Folha Online
O ministro da Energia da Rússia, Serguei Shmatkó, anunciou nesta segunda-feira que a primeira usina nuclear iraniana (Bushehr), que engenheiros russos constroem às margens do golfo Pérsico, não entrará em funcionamento este ano como estava previsto. a notícia chega em meio aos esforços renovados dos países ocidentais de diálogo nuclear com o Irã.
"Alcançaremos grandes resultados no final deste ano, mas a central atômica não entrará em funcionamento", disse Shmatk, citado pela agência de notícias local Interfax.
O diretor da Agência Russa de Energia Atômica (Rosatom), Serguei Kirienko, anunciara no fim de julho que a central de Bushehr entraria em serviço em 2009.
As obras da usina, que especialistas russos constroem com o aval da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sofreram nos últimos anos vários atrasos devido à falta de pagamento do Irã e por suspeitas do Ocidente de que o programa atômico iraniano tem também fins militares.
A Rússia sempre sustentou que o Irã deu garantias escritas adicionais de que o combustível nuclear será utilizado exclusivamente na central elétrica nuclear de Bushehr, e não para projetos militares.
O anúncio foi feito em um momento em que as grandes potências, incluindo a Rússia, começam a demonstrar impaciência com a falta de resposta de Teerã a sua oferta de acordo e voltam citar a possibilidade de novas sanções.
Em 21 de outubro passado, em Viena, como parte de uma reunião entre o Irã, França, Rússia e os Estados Unidos, a AIEA apresentou um projeto de acordo que permitiria a Teerã garantir a entrega de combustível nuclear para seu reator de pesquisa.
O acordo visa a definir os termos do envio de cerca de 1.200 dos 1.500 quilos de urânio enriquecido a 3,5% que o país possui à Rússia, onde deve ser enriquecido até 19,75% de pureza --o suficiente para gerar energia e incapaz de produzir armas nucleares. Para fabricar uma bomba atômica, são necessários cerca de 2.000 quilos de urânio enriquecido acima de 90%.
O urânio enriquecido seria então transferido à França, onde seria transformado em combustível nuclear e depois devolvido ao Irã para uso em um reator científico em Teerã que produz medicamente para tratamento de câncer. Esse reator funcionava até agora com combustível atômico de fabricação argentina, recebido em 1993 e que está acabando.
O texto estabelece ainda a supervisão da AIEA sobre o processo.
Após seis dias do prazo estabelecido, o Irã entregou à AIEA sua resposta à proposta de acordo com emendas para que a entregado urânio seja gradual.
Na primeira emenda, o Irã propõe entregar o urânio enriquecido ao nível de 3,5% de forma progressiva para obter, em contrapartida, o combustível a 20% necessário para o reator de pesquisas de Teerã. Na segunda emenda, o Irã propõe a troca ao mesmo tempo de uma quantidade de urânio levemente enriquecido pelo combustível necessário para o reator de Teerã.
Na semana passada, o governo iraniano tinha indicado que desejava a formação de um comitê de especialistas e uma nova rodada de diálogo para "esclarecer algumas dúvidas técnicas e econômicas" do acordo antes de dar uma resposta definitiva.
Com Efe e France Presse
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