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Premiê australiano pede perdão a crianças vítimas de abusos em orfanatos
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da Folha Online
O premiê da Austrália, Kevin Rudd, pediu desculpas nesta segunda-feira a cerca de 500 mil "australianos esquecidos", que ao longo de várias décadas sofreram abusos em orfanatos do país e utilizados como mão de obra barata entre 1930 e 1970.
O pedido foi feito em uma cerimônia especial no Parlamento, diante de cerca de mil destas vítimas de abusos, muitas das quais choraram ao ouvir o pedido de perdão de Rudd.
Reuters |
Premiê australiano, Kevin Rudd, pede perdão oficial às cerca de 500 mil crianças vítimas de abusos nos orfanatos do país |
"Estamos aqui para pedir as desculpas da nação. Para dizer aos australianos esquecidos que sentimos muito", disse o premiê. "Pedimos perdão a estas crianças que foram arrancadas de sua famílias e internadas em instituições onde geralmente sofreram abusos. Pedimos perdão pelos sofrimentos físicos e morais e pela ausência de amor, de ternura, de atenção".
"Pedimos perdão pela total tragédia de uma infância perdida. Estas infâncias foram passadas em locais autoritários, onde os nomes das crianças foram substituídos por números", completou.
Centenas de milhares de crianças pobres foram obrigados a viver em instituições estatais ou administradas pela Igreja, onde sofreram abusos físicos ou foram obrigadas a trabalhar. Parte destes "australianos esquecidos" eram crianças imigrantes do Reino Unido e da Irlanda, que foram separados de suas famílias à força ou com promessas de uma vida melhor.
Em 2004, uma investigação do Senado afirmou que cerca de 500 mil crianças sofreram abusos durante o século 20. Muitos sofreram abusos emocionais, psicológicos e sexuais sob a custódia do Estado.
Um relatório do Senado de 2001 aponta que entre 6.000 e 30 mil crianças do Reino Unido e Malta, frequentemente retiradas de mães solteiras ou famílias pobres, eram enviadas sozinhas à Austrália como imigrantes.
Ambos os relatórios recomendaram um pedido de desculpas ao governo ao então premiê John Howard, que rejeitou as recomendações, assim como o relatório realizado a pedido do governo em 1997 que pediu um pedido de desculpas nacional aos aborígenes pelo tratamento que receberam desde a chegada dos europeus em 1788. Na época, ele argumentou que os australianos de hoje não deveriam assumir responsabilidade pelos erros de gerações passadas.
O pedido de desculpas às crianças que sofreram abusos é uma promessa do novo governo desde agosto.
"Olhamos para trás envergonhados porque vocês passaram frio, fome e solidão e sem ter ninguém a quem pedir ajuda", disse Rudd, em discurso retransmitido ao vivo pela televisão nacional.
"Sofreram abusos físicos, humilhações cruéis, violações sexuais. Envergonhamo-nos em permitir que os que tinham poder abusassem dos que não o tinham", lamentou Rudd. "Reconhecemos que as leis de nossa nação os abandonaram e por isso pedimos perdão".
Rudd leu uma moção para solicitar desculpas que não contemplam uma compensação econômica para as vítimas. O texto deve ser aprovado ainda nesta segunda-feira pelo Parlamento australiano com o apoio do governista Partido Trabalhista e da opositora Coalizão Liberal.
O premiê britânico, Gordon Brown, também pretende pedir perdão às mais de 130 mil crianças pobres que foram levadas à Austrália e a outras colônias.
Rudd já fizera um histórico pedido de desculpas, em fevereiro de 2008, à população aborígene australiana pelos maus-tratos durante a colonização.
Com Efe e France Presse
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