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Obama admite que não poderá fechar Guantánamo no prazo estabelecido
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da Folha Online
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, admitiu pela primeira vez nesta quarta-feira que o país não conseguirá fechar a prisão para suspeitos de terrorismo de Guantánamo, em Cuba, no prazo estabelecido por seu governo --22 de janeiro de 2010.
A prisão militar de Guantánamo foi criada de improviso para receber os suspeitos presos durante a "guerra ao terror" do governo de George W. Bush.
A maioria dos detentos passam anos em Guantánamo sem acusação formal ou julgamento, graças a um "buraco negro" legal criado pelos EUA que exclui os prisioneiros das leis da Convenção de Genebra (já que não são prisioneiros de guerra comuns) e da lei americana (já que a prisão fica fora dos EUA).
Obama ordenou o fechamento da prisão dois dias após sua posse, em janeiro deste ano, mas, desde então, enfrentou desafios legais, administrativos, políticos e diplomáticos.
O principal deles é o que fazer com os prisioneiros que ainda estão na prisão, já que muitos não podem voltar para seus países de origem, há poucos países interessados em recebê-los como asilados e os americanos resistem em colocar os condenados em prisões comuns dentro de seu território.
Em outro golpe à medida, o conselheiro legal da Casa Branca, Gregory Craig, responsável pelo processo de fechamento da prisão, renunciou no último dia 13 após ficar decepcionado com o processo político.
Em entrevista à Fox News, Obama adotou nesta quarta-feira um tom mais cauteloso e disse preferir não estabelecer prazos para o fechamento, apesar de esperar que ocorra ainda em 2010. Obama disse ainda que um novo prazo depende da cooperação do Congresso.
O democrata disse ainda não estar desapontado com o fracasso em cumprir o prazo, já que percebeu que as coisas se movem mais devagar do que ele esperava em Washington.
Com France Presse e Associated Press
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