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04/12/2009 - 09h28

Centrista, Doria Medina tenta romper polarização na Bolívia

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IAGO BOLÍVAR
da Folha Online

Após um governo que colocou as discussões sociais e étnicas em primeiro plano e foi marcado por divisões ideológicas no país, o empresário Samuel Doria Medina concorre à Presidência da Bolívia com uma plataforma de desenvolvimento econômico e um discurso centrista que até agora não parece ter empolgado um país marcado pela polarização.

Divulgação
Doria Medina
Plataforma de Doria Medina foca em desenvolvimento econômico

Com a promessa de realizar uma "revolução produtiva", com base em oportunidades econômicas para a geração de emprego e riqueza, Doria Medina está em terceiro lugar nas pesquisas, em sua segunda tentativa consecutiva de chegar à Presidência, à frente da Unidade Nacional (UN), que ele fundou em 2003 e diz situar-se no centro do espectro político.

Economista formado nos Estados Unidos, com especialização pela London School of Economics, o empresário nasceu em uma família rica e é o principal acionista da Sociedad Boliviana de Cemento (Soboce), o maior produtor de cimento do país.

Em seu site de campanha, Doria Medina diz que a empresa emprega mais de mil pessoas e gera 5.000 empregos indiretos, além de beneficiar 228 mil pessoas por meio de "programas de solidariedade e empreendimentos". Ele também possui a franquia da cadeia americana de fast food Burger King.

A plataforma eleitoral do candidato, intitulada "Unidos, coloquemos a Bolívia para trabalhar", tem uma forte característica econômica e pretende dar uma resposta à falta de emprego e aos conflitos, as principais preocupações dos bolivianos, segundo ele.

Propostas

Crítico do que chama de "mentalidade rentista" do atual governo, baseada na industrialização dos recursos naturais, Doria Medina propõe alternativas, como a produção de alimentos orgânicos e o ecoturismo, onde os protagonistas sejam os milhares de micro e pequenos empresários no país.

O empresário bem sucedido também defende a necessidade de "conquistar" os mercados externos, o que, segundo Doria Medina, o governo de Evo Morales tem negligenciado.

Outra proposta é melhorar a situação dos bolivianos que tiveram de emigrar em busca de trabalho. Em novembro, ele prometeu em Madri que, se vencer a eleição, uma de suas primeiras ações será restabelecer os direitos das crianças bolivianas nascidas no exterior de obter a dupla cidadania.

Biografia

Zacaróas Garcóa/Efe
Doria Medina
Doria Medina foi refém de grupo guerrilheiro do Peru nos anos 90

Quatro regiões da Bolívia marcaram sua infância: seu pai nasceu em Chuquisaca (sudeste), sua mãe, em Potosí (sudoeste), sua cidade natal é La Paz, mas Doria Medina passou a infância na cidade andina de Oruro (oeste) ao lado de suas seis irmãs.

Em 1983, ele se casou com Nidia Monk, com quem teve cinco filhos, atualmente com idades entre 12 e 24 anos.

Dois acontecimentos marcaram a vida de Doria Medina: em primeiro lugar, os 45 dias de cativeiro em 1995 nas mãos do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA), um grupo guerrilheiro de origem peruana, que recebeu um resgate de mais de US$ 1 milhão pela sua libertação.

O outro ocorreu em 21 de janeiro de 2005, quando o avião em que ele viajava caiu perto de uma aldeia no altiplano boliviano, acidente do qual saiu ileso.

Política

Antes de fundar o seu atual partido, Doria Medina militou por vários anos no Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) --que, apesar do nome, passou da social democracia para a centro-direita--, do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993).

Com uma política liberal de privatizações, atuou como ministro do Planejamento e Coordenação (Economia) do governo de Paz Zamora e depois representou a Bolívia no Banco Mundial e no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Ele foi candidato a vice-presidência em uma chapa do MIR derrotada em 1997, mas se afastou definitivamente do partido em 2002, "por princípios", segundo ele, após uma aliança que vinculou Paz Zamora ao também ex-presidente e eterno rival Gonzalo Sánchez de Lozada (1993-1997 e 2002-2003).

Na eleição geral de 2005, Doria Medina ficou em terceiro lugar com 7,8% dos votos e um ano mais tarde conseguiu ser eleito como representante de La Paz na Assembleia Constituinte.

Campanha

Uma de suas estratégias durante a campanha deste ano tem sido desafiar o presidente Evo Morales para discutir sua proposta para o país. O presidente, no entanto, rejeitou os convites, dizendo que discute seus planos "com o povo".

O companheiro de chapa de Doria Medina é o ex-líder sindical da região de Santa Cruz Gabriel Helbing, que, segundo o candidato, "será a voz dos trabalhadores" em seu governo.

As últimas pesquisas mostram o empresário em terceiro lugar, com 10% das intenções de voto, 43 pontos percentuais abaixo de Morales e nove atrás do ex-governador de Cochabamba Manfred Reyes Villa.

No entanto, Doria Medina tenta demonstrar otimismo, dizendo que "a única pesquisa válida é a de domingo".

Com Efe

Comentários dos leitores
Evo Morales, guia espiritual indígena, só faltava essa. Essas republiquetas, nem sei se é isso, não tomam jeito mesmo. Até quando vamos conviver com essa idiotice angular, petrificada na cabeça dessa gente que resiste, intransigetemente, a sair da idade da pedra. A população da Bolívia, na sua maioria de indígenas não poderia ter melhor escolha, e logo, logo, esse indiozinho presidente, será aclamado o Montesuma da Bolívia. Durma com um barulho desse, ou se prepare pra uma longa insônia. Um povo quando é obstinado por natureza, não tem bronca, desenvolve mesmo. Olha, como pode um país cercado por ignorância por todos os lados e não se contaminar, só podia ser o Chile. Grande Chile, orgulho da América Latina e de todos nós, seus admiradores. Lá eles tem presidente, um funcionário do povo. Aqui é o paisão Lula, o papai noel Lula, na Bolívia, além de paisão, mais uma graduação: Guru, guia espiritual e outros adjetivos esdrúxulos. Tenha paciência! sem opinião
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Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Conforme escreveu a missiva Ana Chiummo, há algo de positivo em tudo isso. A oposição tem resistido à uma escalada sem precedentes de populistas que querem trilhar caminhos e modos de produção já há muito abandonados pelo mundo todo, com excessão da caquética Cuba. Enquanto a China Comunista aprova leis de proteção à propriedade privada, nós aqui no Brasil (leia-se o PNDH-3) buscamos aboli-la por baixo do pano. E o ilustre "bolivariano" começa a colher os primeiros frutos podres do seu governo! Sendo assim, como o PT nunca ganha o governo do estado de São Paulo (A única excessão é a prefeitura), tavez seja porque a maioria dos paulistanos prefere outros caminhos. E porque será? sem opinião
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Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Sr. Francisco Lemos
Mal informado o sr. está.
O Gás GLP é uma coisa, derivado do petróleo, utilizado em Botilhões de Gás. E na maioria das residencias do Brasil. Este sim teve aumento absurdo.
O Gás GN que vem da bolívia através tubulação, e que é utilizado por Residencias, Industrias, Comercios, não tem aumento desde 16/07/2006.
O GNV, utilizado em carros, sua última Tabela de preços é de 01/07/2009.
Ou seja, criticar somente por criticar o Evo Morales, é uma coisa, mas antes por favor saiba a diferença entre:
GLP & GN
Outra coisa, se diz muito da Bolívia, mas tivemos eleições lá de forma diréta e democrática, se o povo quis novamente o Evo Morales, aqui no Brasil se tem que respeitar e se for criticar saber criticar.
Nós não somos donos da razão temos direitos & deveres, temos que saber quando um extrapola o outro. Cuida Brasil, cada macâco no seu galho, blza?.
12 opiniões
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