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01/12/2003 - 16h08

Comitiva lança plano de paz alternativo à crise israelo-palestina

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da Folha Online

Israelenses e palestinos lançaram hoje uma iniciativa para tentar pôr fim à crise israelo-palestina, retomada a partir da segunda Intifada --revolta palestina contra a ocupação israelense, iniciada em setembro de 2000. O plano não conta com o apoio formal do governo de Israel nem da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

O plano de paz alternativo, elaborado por uma comissão mista de israelenses e palestinos, foi negociado durante os últimos dois anos e liderado pelo ex-ministro da Justiça de Israel, Yossi Beilin, e pelo ex-ministro palestino da Informação e chefe da delegação que negociou a paz nos anos de 1999 e 2000, Yasser Abed Rabbo.

O texto prevê concessões de ambas as partes. Uma das principais propostas é o estabelecimento de um governo palestino na Cisjordânia, faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Em troca os palestinos abdicariam da exigência do direito de retorno dos refugiados para Israel e ao conflito armado.

Os israelenses, segundo o acordo, desocupariam todos os assentamentos judaicos em território palestino.

A cerimônia de assinatura do projeto, em Genebra (Suíça), contou com a presença do ex-presidente dos EUA e Prêmio Nobel da Paz de 2003, Jimmy Carter (1977-1981).

Oposição

Mas, apesar do número de convidados que participou da entrega do documento (cerca de 200), a iniciativa conta com uma forte oposição do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, que classifica o plano como "subversivo", e é visto com certo ceticismo por Iasser Arafat, presidente da ANP.

Os importantes nomes da política israelense e palestina e ativistas da paz que se reuniram hoje em Genebra para lançar o plano de paz alternativo viajaram em aviões financiados pelo governo da Suíça, segundo informações do jornal israelense "Haaretz"

O Acordo de Genebra, como é chamado o plano de paz alternativo, foi bem recebido pelo secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e líderes da Europa.

UE

Para Javier Solana, responsável pela política externa da União Européia, o plano alternativa encaixa-se em vários conflitos. "Esta iniciativa é muito corajosa. Ela oferece soluções e parâmetros que podem ser usados para se chegar a acordos de paz."

Cinquenta e oito chefes de Estado, ex-presidentes, ministros das Relações Exteriores e outros líderes já respaldaram o Acordo de Genebra.

Entre os nomes da comunidade internacional que assinaram o acordo estão os ex-presidentes Mikhail Gorbachev (Rússia), Martti Athisaari (Finlândia), Fernando Henrique Cardoso (Brasil), F.W. de Klerk (África do Sul) e Ernesto Zedillo (México), além dos ex-primeiros-ministros I.K. Gujral (Índia), Michel Rocard (França), Malcolm Fraser (Austrália), Franz Vranitzky (Áustria), Salim Ahmed Salim (Tanzânia) e
Oscar Arias Sanchez (Costa Rica).

O texto também recebeu mensagens de apoio de três ex-presidentes e Prêmios Nobel da Paz de 1983, 1993 e 2002 --o polonês Lech Walesa (1990-1995), o africano Nelson Mandela (1994-1999) e o americano Jimmy Carter (1977-1981), respectivamente.

Celebridades

Artistas, intelectuais, acadêmicos, políticos do partido trabalhista como Amram Mitznah (ex-prefeito de Haifa) Iuli Tamir (ex-ministra israelense de Imigração e Absorção) e Avraham Burg (ex-presidente do Parlamento de Israel) , escritores como Amos Oz, David Grosman e A.B.Yehoshua, cantores como Dani Sanderson, Aviv Guefen, David Broza e Ehud Banai além do chef Israel Aharoni e de Viki Knafo, que liderou manifestação e greve de fome, no início do ano, contra a decisão do governo de Sharon de cortar subsídios às famílias necessitadas.

Cartas de apoio ao plano, do ex-presidente americano Bill Clinton (1992-2000) e do premiê inglês Tony Blair, chegaram ontem à sede do comitê israelense, em Tel Aviv.

Os convidados embarcam de volta a Israel ainda hoje e devem desembarcar em Tel Aviv amanhã, às 4h (à meia-noite, no horário de Brasília).

Com agências internacionais

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