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04/12/2009 - 08h41

Governo Morales promete industrialização intensa no segundo mandato

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FLÁVIA MARREIRO
enviada especial da Folha de S. Paulo a La Paz (Bolívia)

Nos comícios pelo país, o vice-presidente Álvaro García Linera, espécie de ideólogo-explicador do governo Evo Morales, promete que os próximos cinco anos na Bolívia serão de industrialização intensiva --uma espécie de plano quinquenal à moda desenvolvimentista dos anos 50.

A proposta soa razoável num país que, no último governo, passou a depender ainda mais da exportação de commodities --80% da economia depende da exportação de gás e minérios-- e que nem sequer produz uma folha de papel, por exemplo.

Para tentar sanar o problema do papel, La Paz, convencida de que o Estado deve controlar até 35% da economia, criou a Papelbol, uma da série de estatais "bol" lançadas pelo governo. Há ainda a Cartonbol (de papelão) e Lactobol --a última é uma das poucas que começam a sair do papel.

Linera diz que uma das metas do novo mandato é reforçar as empresas, carentes de quadros técnicos, algo que se reflete também no governo central.

A fragilidade do Estado também aparece num dos dados mais negativos para o governo: a baixa capacidade de execução do Orçamento. Isso faz com que, até agora, só 35% do dinheiro destinado para 2009 tenha sido efetivamente gasto.

O mesmo acontece com o dinheiro da cooperação internacional, e Morales admitiu o problema em comício na última terça-feira, em Santa Cruz.

A dificuldade impediu a Bolívia de usar a contento a bonança gerada pelo gás --tanto pela alta no mercado mundial, como pela renegociação compulsória dos contratos com as petroleiras-- para além do pagamentos de programas de transferência de renda, as estrelas da política social do governo.

O governo do esquerdista Morales conseguiu, porém, arrancar elogios do FMI (Fundo Monetário Internacional), por conta da política macroeconômica ortodoxa. Apesar do gasto público estimado em 45% do PIB, o governo amealhou US$ 9 bilhões em reservas.

Mas para o economista Gonzalo Chávez, diretor do Mestrado em Desenvolvimento da Universidade Católica da Bolívia (UCB), a fotografia macroeconômica favorável esconde problemas como a apreciação do câmbio, mantido praticamente fixo pelo governo, o que contribuiu para solapar a frágil indústria boliviana de têxteis.

"Esse tipo de câmbio favorece um setor: o comércio informal, que triplicou enquanto a indústria encolheu", diz ele.

A importação cresceu de US$ 1,9 bilhão em 2005 para US$ 6 bilhão entre 2005 e 2009, aponta. "E o que está por trás da economia informal são os movimentos sociais, que são sustentação ao governo."

Vivem dessa prática, por exemplo, muitos apoiadores de Morales, como os moradores de El Alto, cidade de 800 mil pessoas na Grande La Paz.

Comentários dos leitores
Evo Morales, guia espiritual indígena, só faltava essa. Essas republiquetas, nem sei se é isso, não tomam jeito mesmo. Até quando vamos conviver com essa idiotice angular, petrificada na cabeça dessa gente que resiste, intransigetemente, a sair da idade da pedra. A população da Bolívia, na sua maioria de indígenas não poderia ter melhor escolha, e logo, logo, esse indiozinho presidente, será aclamado o Montesuma da Bolívia. Durma com um barulho desse, ou se prepare pra uma longa insônia. Um povo quando é obstinado por natureza, não tem bronca, desenvolve mesmo. Olha, como pode um país cercado por ignorância por todos os lados e não se contaminar, só podia ser o Chile. Grande Chile, orgulho da América Latina e de todos nós, seus admiradores. Lá eles tem presidente, um funcionário do povo. Aqui é o paisão Lula, o papai noel Lula, na Bolívia, além de paisão, mais uma graduação: Guru, guia espiritual e outros adjetivos esdrúxulos. Tenha paciência! sem opinião
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Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Claudinei Garcia (11) 22/01/2010 16h32
Conforme escreveu a missiva Ana Chiummo, há algo de positivo em tudo isso. A oposição tem resistido à uma escalada sem precedentes de populistas que querem trilhar caminhos e modos de produção já há muito abandonados pelo mundo todo, com excessão da caquética Cuba. Enquanto a China Comunista aprova leis de proteção à propriedade privada, nós aqui no Brasil (leia-se o PNDH-3) buscamos aboli-la por baixo do pano. E o ilustre "bolivariano" começa a colher os primeiros frutos podres do seu governo! Sendo assim, como o PT nunca ganha o governo do estado de São Paulo (A única excessão é a prefeitura), tavez seja porque a maioria dos paulistanos prefere outros caminhos. E porque será? sem opinião
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Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Valentin Makovski (514) 17/12/2009 17h29
Sr. Francisco Lemos
Mal informado o sr. está.
O Gás GLP é uma coisa, derivado do petróleo, utilizado em Botilhões de Gás. E na maioria das residencias do Brasil. Este sim teve aumento absurdo.
O Gás GN que vem da bolívia através tubulação, e que é utilizado por Residencias, Industrias, Comercios, não tem aumento desde 16/07/2006.
O GNV, utilizado em carros, sua última Tabela de preços é de 01/07/2009.
Ou seja, criticar somente por criticar o Evo Morales, é uma coisa, mas antes por favor saiba a diferença entre:
GLP & GN
Outra coisa, se diz muito da Bolívia, mas tivemos eleições lá de forma diréta e democrática, se o povo quis novamente o Evo Morales, aqui no Brasil se tem que respeitar e se for criticar saber criticar.
Nós não somos donos da razão temos direitos & deveres, temos que saber quando um extrapola o outro. Cuida Brasil, cada macâco no seu galho, blza?.
12 opiniões
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