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EUA vão demorar a sair do Afeganistão, diz Gates
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da Folha de S. Paulo
O governo do presidente Barack Obama fez ontem uma ofensiva de propaganda em defesa da nova estratégia dos EUA para a Guerra do Afeganistão, anunciada na terça-feira e, nos dias seguintes, criticada tanto por republicanos quanto por democratas.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e o secretário da Defesa, Robert Gates, apareceram juntos em três tradicionais programas de entrevista aos domingos da TV americana para tentar "explicar" o aspecto mais criticado do plano de Obama: a previsão de uma rápida retirada das tropas do país centro-asiático.
Gates afirmou que apenas umas poucas tropas sairão do país daqui a um ano e meio.
Em discurso na última terça, Obama anunciou o envio de mais 30 mil soldados para o Afeganistão, para tentar combater o recrudescimento dos ataques do Taleban, ao mesmo tempo em que prometeu iniciar a retirada das tropas em julho de 2011.
Os críticos republicanos afirmam que, ao estabelecer uma data -ainda mais tão próxima- para deixar o país, o governo dos EUA dá sinais de fraqueza, incentiva seus inimigos e cria dúvidas em seus aliados locais quanto à conveniência de combater ao lado de um Exército que os abandonará. O próprio presidente afegão, Hamid Karzai, levantou ontem dúvidas sobre a capacidade das forças locais de assumir a segurança do país em 2011.
Gates disse ontem, no entanto, que a data não é "inflexível". Seu sentido, afirmou, é enviar uma mensagem, dar um "sentido de urgência" ao governo afegão, indicando que eles também precisam se comprometer a intensificar os combates contra o Taleban. "Será o início de um processo", insistiu. "Nós permaneceremos numa posição primeiro tática, depois estratégica, de supervisão."
Hillary, por sua vez, afirmou que a data não é um limite para a presença americana no país.
O general David Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA, compareceu a outro programa de entrevistas, na conservadora Fox News, para insistir na mensagem. A data estabelecida por Obama, disse, não acionará uma "corrida para a saída", mas sim o início de uma transição de poder militar.
Por fim, o assessor de segurança nacional da Casa Branca James Jones foi à CNN levar a mesma mensagem.
O plano defendido pelos EUA sofreu um ligeiro revés ontem. O primeiro-ministro turco anunciou que seu país não enviará novos soldados ao Afeganistão, como Obama pediu aos países da Otan.
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O EUA tem vários interesses no Afeganistão, todos bem longe de pensar na dignidade do povo Afegão e é por isso que eles vão continuar tampando o sol com a peneira. Além disso, Obama não conseguiu liderar um acordo em Copenhaguem (e nem quis) sem falar da rodada Doha e do protecionismo - criticado por todos - feito à economia dos EUA na reforma pós crise econômica. Ainda prefiro Obama a John Maccain, mas ele está MUITO aquém das expectativas. Não tenho dúvidas de que Zilda Arns merecia este prêmio muito mais do que Obama, mas talvez a simplicidade dela não caiba no jogo de interesses deste prêmio.
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