México nega extradição de francesa condenada a 60 anos de prisão

O México comunicou a França, nesta terça-feira, que considera "concluída" a discussão sobre a possível extradição da cidadã francesa Florence Cassez, condenada em primeira e segunda instâncias a 60 anos de prisão por participação em três sequestros ocorridos em 2005.

Em comunicado, o México afirmou, por meio de sua embaixada em Paris, que as "diferenças substanciais" existentes entre os sistemas judiciais de ambos os países impedem que Cassez cumpra sua pena na França. "Para o México é condição primordial a execução da totalidade da pena, já que a lei não permite que, em casos de delitos graves como o de sequestro, haja benefícios liberatórios e redução de sentenças", afirmou.

O titular da embaixada, Carlos de Icaza, recebeu nesta terça-feira os pais de Cassez e seus advogados e ressaltou a postura mexicana, além de se oferecer para "transmitir os pedidos para as autoridades mexicanas correspondentes".

Cassez foi condenada à prisão por sequestro, delinquência organização e porte de armas de uso exclusivo das Forças Armadas.

Em resposta, o Ministério de Relações Exteriores da França afirmou, por meio de porta-voz, que, desde a visita do presidente Nicolas Sarkozy ao México, em março passado, há "novos elementos" sugerindo que Cassez não teve um "processo justo" e que sua defesa não "pôde fazer valer todos os seus direitos". Os "novos elementos" não foram informados.

O ministério ressaltou que manterá os esforços para "encontrar uma solução para a situação da nossa compatriota".

Cassez foi presa em dezembro de 2005. Ela viva em um rancho próximo da Cidade do México no qual três pessoas, incluindo uma menina de 8 anos, foram mantidas reféns. Cassez alega que apenas namorava um dos mexicanos presos devido ao seu suposto envolvimento no sequestro, mas que não sabia que as pessoas estavam sequestradas.

Com Efe e Associated Press