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Polícia filipina identifica 161 suspeitos de massacre no sul do país
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da Folha Online
A polícia filipina identificou 161 suspeitos de relação de participar diretamente do massacre de 57 pessoas, há duas semanas, no sul do país. As mortes violentas --algumas mulheres mostravam sinais de violência sexual e muitos corpos foram decapitados e mutilados-- está relacionada a rivalidades políticas regionais.
O responsável pelas investigações, Raul Castañeda, afirmou em entrevista a jornalistas que foram apresentadas à Procuradoria Geral do país acusações de múltiplo assassinato contra os suspeitos, entre os quais figuram policiais e vários membros do clã políticos dos Ampatuans --que teria ordenado o crime para impedir a candidatura de um rival às eleições de 2010.
O chefe da Polícia Nacional, Jesus Verzosa, disse que nem todos os acusados foram detidos, e que serão oferecidas recompensas em dinheiro por informações que levem à captura dos suspeitos.
As forças de segurança do país prenderam até o momento cerca de 80 pessoas ligadas ao massacre ocorrido na Província de Maguindanao em 23 de novembro passado, incluindo o patriarca do clã Ampatuan e quatro de seus filhos.
Ampatuan, que era um aliado da coalizão da presidente filipina, Gloria Arroyo, é acusado pela matança, que estaria vinculada a rivalidades entre seu clã e outro grupo adversário pelo controle da Província nas eleições de 2010.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos das Filipinas, Leila de Lima, afirmou que o clã do governador de Maguindanao matou pelo menos outras 200 pessoas desde 2001, quando assumiu o cargo.
Castañeda explicou que as testemunhas confirmaram que Andal Ampatuan Jr., filho do patriarca e prefeito da cidade de Datu Unsay liderou o massacre. Ele se entregou às autoridades três dias depois do massacre, mas negou a responsabilidade no massacre.
O governo das Filipinas reconheceu na terça-feira a existência no país de 132 grupos paramilitares, organizados em sua maioria por políticos ou fazendeiros.
Ataque
No último dia 23, um grupo de cem homens armados sequestraram cerca de 50 civis que iam em um comboio apresentar a candidatura a governador provincial de Ismail Mangudadatu, que quer disputar o posto contra Ampatuan --poderoso datu ou chefe tribal muçulmano, temido em todo o sul da ilha de Mindanao.
Os pistoleiros fugiram em direção às montanhas, onde mataram aparentemente todos do grupo. Nos dias que se seguiram foram encontrados 57 corpos em até três valas comuns pela região.
Alguns dos corpos de mulheres apresentavam sinais de violência sexual e entre os mortos figuram vários advogados de direitos humanos, jornalistas locais e a mulher e duas irmãs de Mangudadatu, cuja família controla a Província vizinha de Sultan Kudarat.
A cerca de seis meses das eleições, que acontecem de maio de 2010, a extrema crueldade do massacre provocou fortes críticas contra a presidente por tolerar que o país continue sendo controlado pelos clãs ou dinastias políticas, aos quais pertencem 160 dos 265 legisladores do atual Congresso.
A Human Rights Watch expressou ainda, dois dias depois do massacre, sua preocupação pela relação pessoal da presidente filipina com os Ampatuan, apoio que lhe rendeu uma arrasadora vitória em Maguindanao no pleito de 2004.
Mais de 900 pessoas foram assassinadas por motivos políticos nas Filipinas desde que Arroyo chegou ao poder em 2001, segundo o grupo direitos humanos local Karapatan, que atribui a maioria dos casos à guerra suja que lideram as forças de segurança contra os rebeldes comunista.
Com Efe e France Presse
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