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21/12/2009 - 12h25

Ladrões da placa de Auschwitz não eram neonazistas, diz polícia

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da Folha Online

Os cinco homens detidos pelo furto do letreiro de metal que ficava sobre o portão do campo nazista de Auschwitz (sul da Polônia) agiram motivados pelo dinheiro da venda da placa e não por ligação com qualquer grupo neonazista, disse a polícia polonesa nesta segunda-feira.

O furto, que ocorreu na sexta-feira passada (18), atraiu ampla condenação mundial, especialmente de grupos judaicos e israelenses. As autoridades polonesas haviam dado prioridade máxima à recuperação da placa, que traz os dizeres "Arbeit macht frei" ("O trabalho liberta", am alemão).

"Podemos dizer que nenhum dos cinco é membro de um grupo neonazista (...). Sua intenção era sem dúvida relacionada ao roubo", disse o delegado Andrzej Rokita, da cidade de Cracóvia, em entrevista a jornalistas.

Rokita disse ainda que os cinco já haviam sido condenados por roubo e agressão.

A polícia polonesa havia anunciado na noite de domingo ter encontrado a placa com a inscrição.Os investigadores não descartam que os ladrões podem ter agido por conta de um colecionador, e que este possa ser um neonazista.

"No momento, nós estamos nos atendo à motivação. Sem dúvida, agiram por dinheiro, mas é difícil saber se o fizeram por conta de terceiros ou não", explicou Rokita.

Os cinco detidos têm idades entre 20 anos e 40 anos e podem pegar penas de até dez anos de prisão. Segundo a polícia, o letreiro foi cortado em três pedaços no próprio local do roubo para facilitar seu transporte. "Depois foi escondido numa floresta, perto da casa de um dos ladrões".

A histórica inscrição deve ser restituída ao Museu de Auschwitz tão logo seja possível --antes do 65º aniversário da libertação do campo pelo Exército soviético em 27 de janeiro de 2010.

Slogan

O slogan popularizado pelo pastor alemão Lorenz Diefenbach, morto em 1886, em seu livro "Arbeit Macht Frei", foi retomado pelos nazistas em 1930.

No início, os nazistas o utilizavam com fins de propaganda na luta contra o elevado desemprego na Alemanha, mas, anos mais tarde, se converteu num slogan dos campos de trabalho e extermínio alemães.

A ideia de utilizar a frase nos campos é atribuída ao SS Theodor Eicke, um dos chefes da concepção e organização das redes de campos nazistas.

"Arbeit macht frei" figurava na entrada dos campos de Dachau, Gross-Rosen, Sachsenhausen, Theresienstadt, Flossenburg e Auschwitz, o maior de todos os campos de extermínio.

Fabricada em julho de 1940 por um prisioneiro polonês, o ferreiro Jan Liwacz, a inscrição de Auschwitz é de aço, mede cinco metros e tem uma particularidade: a letra B da palavra Arbeit está invertida.

Segundo uma interpretação perpetuada pelos sobreviventes, o B invertido simbolizava insubmissão e a resistência à opressão nazista, explicou Sawicki.

Quando, em 27 de janeiro de 1945, o Exército soviético libertou Auschwitz, a inscrição foi desmontada e ia ser levada para o Leste de trem.

No entanto, Eugeniusz Nosal, um prisioneiro polonês recém-libertado, subornou um guarda soviético com uma garrafa de vodca para recuperá-la.

Escondida durante dois anos na prefeitura de Oswiecim (nome polonês do campo de Auschwitz), a inscrição voltou a seu lugar original em 1947, quando o campo de extermínio virou museu e memorial.

Entre 1940 e 1945, o regime nazista alemão exterminou 1,1 milhão de pessoas em Auschwitz-Birkenau.

Com Reuters e France Presse

 

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