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22/12/2009 - 12h54

Hamas acusa Israel de bloquear acordo sobre troca de prisioneiros

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da Folha Online

O movimento islâmico radical palestino Hamas acusou nesta terça-feira o governo de Israel de bloquear o acordo sobre a libertação de cerca de mil detentos palestinos em troca do soldado israelense Gilad Shalit, capturado em 2006. A imprensa israelense noticiou que um mediador alemão deve transmitir nesta terça-feira a resposta israelense sobre a proposta ao Hamas.

"O que aconteceu ontem [segunda-feira] no gabinete restrito do governo israelense é a prova de que Israel bloqueia e atrasa um acordo sobre a troca de prisioneiros", declarou Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas.

Jim Hollander02out.09/Efe
Última aparição do soldado Shalit foi em um vídeo divulgado pela imprensa israelense
Última aparição do soldado Shalit foi em um vídeo divulgado pela imprensa israelense

Um grupo de sete ministros do governo israelense, presidido pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, realizou uma série de reuniões desde domingo (20) com os chefes dos organismos de segurança, para esclarecer se aceita ou não a troca proposta pelo Hamas através de mediadores do governo alemão.

Fontes governamentais citadas pela rádio pública israelense indicaram que na última das reuniões, que durou até a meia-noite desta terça-feira, Netanyahu chegou a uma "decisão de princípio' --mas que ainda estava pendente de "esclarecimentos" sobre qual será o destino dos presos palestinos.

Ao final da reunião noturna, o gabinete de Netanyahu divulgou uma nota em que se limitava a dizer que a equipe de negociação foi instruída a continuar seus esforços pela libertação do soldado Shalit.

"A divisão dentro do governo israelense bloqueia o acordo", disse o porta-voz do Hamas.

Egito e Alemanha tentam mediar uma eventual troca de prisioneiros, que pode incluir cerca de mil dos 10 mil palestinos detidos nas cadeias de Israel.

Informado sobre o andamento da reunião ministerial, Noam Shalit, pai do soldado, afirmou: "Ainda não estou otimista, mas tampouco estou pessimista."

Condições

O direitista Netanyahu está sob pressão de familiares de vítimas de atentados para não libertar os presos palestinos responsáveis por atos violentos. A imprensa israelense diz que ele cogita proibir assassinos condenados de voltarem a suas casas na Cisjordânia ocupada, um território próximo a cidades israelenses --a alternativa seria enviá-los para a faixa de Gaza ou outros países.

A fonte oficial que falou à Reuters na faixa de Gaza afirmou que o Hamas não deve abrandar suas exigências, e que qualquer acordo terá de ser aprovado por líderes do grupo no exílio.

A ONU (Organização das Nações Unidas) e potências ocidentais esperam que a troca abra caminho para um relaxamento do bloqueio israelense a Gaza, onde 1,5 milhão de palestinos dependem de ajuda alimentar e do contrabando para sobreviver.

Netanyahu, no entanto, não dá sinais de que atenuará as restrições após um acordo com o Hamas, grupo que rejeita as pressões ocidentais para reconhecer Israel e renunciar à violência.

Sequestro

Shalit foi sequestrado por comandos do Hamas, dos Comitês de Resistência Popular e de um desconhecido Exército Islâmico em 25 de junho de 2006, durante uma operação do Exército israelense na faixa de Gaza, segundo a versão palestina, e em sua base em território israelense perto do limite de Gaza, segundo a versão israelense.

Quando capturado, Shalit era cabo e tinha 19 anos. Ele foi promovido a sargento durante seu sequestro e estaria em alguma parte da faixa de Gaza, dominada pelo Hamas desde 2007, quando o secular Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, foi expulso do território à força.

Desde então, Shalit se transformou em tema central das negociações entre palestinos e israelenses, embora todas as tentativas feitas com mediação egípcia para conseguir sua libertação tenham fracassado. Em troca, os palestinos exigem a soltura de centenas de presos palestinos.

Com a mediação de Egito e Alemanha, o acordo avançou e há semanas a imprensa israelense noticia que a soltura está próxima. O Hamas chegou a divulgar recentemente o primeiro vídeo de Shalit no cativeiro. No passado, diálogos tinham rendido apenas o envio de algumas cartas e um áudio. Israel mantêm mais de 10 mil palestinos prisioneiros.

p(tagline), Com France Presse e Reuters

 

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