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24/02/2010 - 07h55

Filho de fundador do Hamas era informante de Israel, diz jornal

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da France Presse, em Jerusalém
da Folha Online

Mosab Hassan Yousef, filho de um dos fundadores do movimento islâmico palestino Hamas, trabalhou por anos como informante do Shin Bet, o serviço de segurança interna de Israel, informa nesta quarta-feira o jornal israelense "Haaretz".

A denúncia vem em meio à tensão causada pelo assassinato, em Dubai, de um dos fundadores do braço armado do Hamas Mahmoud Al Mabhouh. A polícia de Dubai diz ter certeza que a morte foi trabalho do serviço secreto israelense, o Mossad. Israel, contudo, mantém silêncio sobre o caso.

Segundo o "Haaretz", Mosab, 32, filho de Sheikh Hassan Yousef, fundador do Hamas e um de seus líderes na Cisjordânia, ajudou o Shin Bet a prender ativistas e a impedir dezenas de atentados contra Israel durante a segunda Intifada palestina.

Yousef era considerado a mais confiável fonte do Shin Bet no alto escalão do Hamas e ganhou o codinome "príncipe verde" --verde pela cor da bandeira do Hamas e príncipe por ser filho de um dos fundadores do grupo.

Seu primeiro contato com o Shin Bet foi em 1996, quando agentes o prenderam em busca de um informante no alto escalão do grupo. No ano seguinte, ele foi libertado como fonte de informações para os agentes.

Segundo o jornal, que adianta trechos de uma reportagem a ser publicada na sexta-feira (26), as informações fornecidas por Yousef ajudaram nas detenções de Ibrahim Hamid, um chefe militar do Hamas na Cisjordânia, de Marwan Barghuthi, o secretário-geral do partido Fatah no mesmo território, e de Abdallah Barghuthi, comandante militar do Hamas e responsável por vários ataques com bombas.

"Eu queria estar em Gaza agora", disse Yousef ao jornal. "Eu colocaria um uniforme militar e me juntaria às forças especiais de Israel para libertar Gilad Shalit", disse, em referência ao soldado israelense capturado por milícias palestinas em junho de 2006.

"Se eu estivesse lá, eu poderia ajudar. Nós desperdiçamos tantos anos em investigações e prisões para capturar os mesmos terroristas que agora eles querem soltar em troca de Shalit. Isto não pode ser feito", disse Yousef. Apesar dos termos do acordo não serem divulgados oficialmente, a imprensa israelense relata que o acordo para a libertação do soldado incluiria a soltura de mil prisioneiros palestinos.

Refugiado na Califórnia desde 2007, Yousef se converteu ao cristianismo há dez anos e escreveu um livro com Ron Bracki, "Filho do Hamas", que será lançado na próxima semana nos Estados Unidos.

No livro, Yousef relata os anos como informante do Shin Bet. Ele cita o agente que o prendeu, identificado como capitão Loai.

"Tantas pessoas devem a ele suas vidas e nem ao menos sabem disso. Pessoas que fizeram muito menos ganharam o prêmio de segurança de Israel. Ele com certeza merece", disse o capitão.

Com seu livro de memórias, Yousef diz esperar enviar uma mensagem de paz a Israel. Mas tem poucas esperanças de que um acordo será assinado com a Autoridade Nacional Palestina.

"Eu digo a você com certeza que os israelenses se preocupam mais com os palestinos do que a liderança do Hamas ou do Fatah', disse Yousef.

 

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