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26/02/2010 - 17h00

França lamenta manutenção de prisão de Nobel da Paz em Mianmar

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da Folha Online

O Ministério de Relações Exteriores da França afirmou hoje considerar que a confirmação da condenação da líder oposicionista e Prêmio Nobel da Paz (1991) Aung San Suu Kyi a mais 18 meses de prisão domiciliar, ocorrida hoje, é um "mau sinal" para o processo de reconciliação nacional de Mianmar (ex-Birmânia).

Suu Kyi passou mais de 14 anos dos últimos 20 anos aprisionada. Com a punição confirmada hoje, a líder está certamente excluída das eleições que a junta quer realizar ainda neste ano.

"É uma má notícia para Mianmar e um mau sinal para a reconciliação nacional nesse país", disse Bernard Valero, durante uma entrevista coletiva à imprensa, em reação à decisão da Suprema Corte birmanesa. É "uma decepção para nós, mas que não deve nos desanimar de esperar", acrescentou.

Em 11 de agosto de 2009, após longo julgamento, Suu Kyi, 64, foi condenada a três anos de prisão e trabalhos forçados por ter dado abrigo em sua casa a um americano que entrou sem permissão no imóvel, cercado por dezenas de soldados. A pena foi, depois, comutada por 18 meses de prisão domiciliar.

Hoje, os magistrados informaram em comunicado colocado no quadro de anúncios do tribunal que tinham rejeitado o recurso apresentado pelos advogados de Suu Kyi. O recurso, segundo os advogados, estava baseado em argumentos constitucionais. O tribunal também confirmou as penas de um ano e meio de prisão domiciliar para duas mulheres que acompanham Suu Kyi há anos.

A defesa vai recorrer, agora, diretamente ao presidente do Supremo Tribunal, maior autoridade judicial do país.

Hoje, a França reiterou o seu pedido pela libertação "sem demora" da Prêmio Nobel da Paz e de todos os prisioneiros políticos birmaneses. Outros países também reagiram à decisão.

"Embora a sentença não seja nenhuma surpresa, é decepcionante. Seguimos achando que Suu Kyi deve ser liberada junto aos outros 2.000 presos de consciência do regime", lamentou o embaixador do Reino Unido em Yangun, Andrew Heyn, que assistiu à audiência junto a seus colegas de Austrália, Estados Unidos e França.

Os militares controlam o poder em Mianmar desde o golpe do general Ne Win, em 1962. O país não realiza eleições livres desde 1990, quando Suu Kyi e o seu partido, a Liga Nacional para a Democracia, arrasaram nas urnas o partido dos generais, que jamais reconheceram aquela derrota.

Com Efe e France Presse

 

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