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21/03/2004
-
08h15
da Folha de S.Paulo, em Washington
A embaixadora do Iraque para os EUA, a iraquiana Rend Al-Rahim, passou mais da metade do ano passado e boa parte dos primeiros meses de 2004 em Bagdá e em outras cidades da região.
"O Iraque já é um lugar diferente, em evolução", afirma.
Al-Rahim deixou o Iraque há mais de 30 anos, fugida do regime de Saddam Hussein, e fundou vários grupos de apoio aos iraquianos até ser designada embaixadora para os EUA, em novembro passado, pelo conselho que hoje governa o Iraque.
Leia entrevista concedida por Al-Rahim à Folha.
Folha - O que mudou no Iraque após um ano de guerra?
Rend Al-Rahim - No início de março de 2003, o Iraque era uma ditadura na qual qualquer atividade política era punida com a morte. Hoje temos uma evolução do processo político e uma proliferação de entidades civis que se organizam para levar o país adiante.
O Iraque é muito grato aos EUA e à sua coalizão por terem libertado o país e a seu povo de uma ditadura que nos massacrou por mais de 35 anos. O povo iraquiano jamais poderia ter feito isso sozinho. Mas ainda precisaremos dessa ajuda por muito tempo.
A visão que se tem de fora do Iraque hoje é unilateral. O país não é como um "Velho Oeste" onde todos estão se matando no meio da rua. As pessoas têm vidas normais e empregos. As crianças vão às escolas, e as mulheres, às compras. Há restaurantes e até vida noturna. Algo impensável.
As pessoas que nunca tiveram um telefone nos melhores anos do regime de Saddam agora podem comprar celulares por US$ 200. Antenas parabólicas proibidas durante o regime de Saddam estão por toda parte. Estamos começando a ver prosperidade.
Não há violência? Claro que sim, mas isso é a exceção, e não a regra do dia-a-dia.
Folha - Apesar de toda a evolução a que a sra. está se referindo, há ainda um sentimento antiamericano muito forte no mundo árabe e no próprio Iraque. Isso vai mudar?
Al-Rahim - Toda a região em torno do Iraque estava muito cética em relação ao que ocorreria com o país havia oito ou nove meses. Eles estavam relutantes em aceitar o que estava acontecendo. Mas, gradualmente e ao longo dos últimos meses, está havendo uma aceitação cada vez maior.
Vários membros do conselho iraquiano têm visitado os países vizinhos em missões oficiais e têm participado de reuniões de países da Liga Árabe. É um processo que vai avançar com o tempo.
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A embaixadora do Iraque para os EUA, a iraquiana Rend Al-Rahim, passou mais da metade do ano passado e boa parte dos primeiros meses de 2004 em Bagdá e em outras cidades da região.
"O Iraque já é um lugar diferente, em evolução", afirma.
Al-Rahim deixou o Iraque há mais de 30 anos, fugida do regime de Saddam Hussein, e fundou vários grupos de apoio aos iraquianos até ser designada embaixadora para os EUA, em novembro passado, pelo conselho que hoje governa o Iraque.
Leia entrevista concedida por Al-Rahim à Folha.
Folha - O que mudou no Iraque após um ano de guerra?
Rend Al-Rahim - No início de março de 2003, o Iraque era uma ditadura na qual qualquer atividade política era punida com a morte. Hoje temos uma evolução do processo político e uma proliferação de entidades civis que se organizam para levar o país adiante.
O Iraque é muito grato aos EUA e à sua coalizão por terem libertado o país e a seu povo de uma ditadura que nos massacrou por mais de 35 anos. O povo iraquiano jamais poderia ter feito isso sozinho. Mas ainda precisaremos dessa ajuda por muito tempo.
A visão que se tem de fora do Iraque hoje é unilateral. O país não é como um "Velho Oeste" onde todos estão se matando no meio da rua. As pessoas têm vidas normais e empregos. As crianças vão às escolas, e as mulheres, às compras. Há restaurantes e até vida noturna. Algo impensável.
As pessoas que nunca tiveram um telefone nos melhores anos do regime de Saddam agora podem comprar celulares por US$ 200. Antenas parabólicas proibidas durante o regime de Saddam estão por toda parte. Estamos começando a ver prosperidade.
Não há violência? Claro que sim, mas isso é a exceção, e não a regra do dia-a-dia.
Folha - Apesar de toda a evolução a que a sra. está se referindo, há ainda um sentimento antiamericano muito forte no mundo árabe e no próprio Iraque. Isso vai mudar?
Al-Rahim - Toda a região em torno do Iraque estava muito cética em relação ao que ocorreria com o país havia oito ou nove meses. Eles estavam relutantes em aceitar o que estava acontecendo. Mas, gradualmente e ao longo dos últimos meses, está havendo uma aceitação cada vez maior.
Vários membros do conselho iraquiano têm visitado os países vizinhos em missões oficiais e têm participado de reuniões de países da Liga Árabe. É um processo que vai avançar com o tempo.
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