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16/03/2010 - 12h06

Manifestantes jogam próprio sangue contra sede do governo na Tailândia

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da Folha Online

Manifestantes antigoverno jogaram garrafas com seu próprio sangue do lado de fora do escritório do atual primeiro-ministro da Tailândia, Abhisit Vejjajiva, no que chamaram de "sacrifício pela democracia" e como parte dos protestos para a derrubada do governo e a convocação de novas eleições.

Os chamados camisas vermelhas, apoiadores do ex-premiê derrubado Thaksin Shinawatra, se reuniram do lado de fora da vigiada sede governamental para derrubar 300 litros de seu próprio sangue nos portões.

Sukree Sukplang/Reuters
Apoiadores do ex-premiê Thaksin Shinawatra sderramam próprio sangue na sede do governo da Tailândia
Apoiadores do ex-premiê Thaksin Shinawatra sderramam próprio sangue na sede do governo da Tailândia

Cerca de 2.000 soldados e policiais fazem a segurança do escritório do primeiro-ministro, que não vai ao prédio desde o início dos protestos.

"O sangue do povo está misturado para lutar pela democracia", disse Nattawut Saikua, um dos líderes do protesto. "Quando Abhisit trabalhar em seu escritório, ele será lembrado de que está sentado no sangue das pessoas".

A medida visa a re-energizar os protestos, que já estão no terceiro dia, e que levaram milhares de apoiadores de Shinawatra às ruas de Bancoc.

Milhares de manifestantes fizeram fila debaixo da tenda pra doar sangue a voluntários médicos e enfermeiras para o ato, uma tentativa ainda de reverter a resistência do governo em realizar novas eleições. Caso isso ocorresse, os aliados de Thaksin são apontados como prováveis vencedores.

No local de protesto, havia sinais claros de cansaço. Alguns reclamaram do fracasso em produzir resultados rápidos. Outros se enfraqueceram sob o sol quente de Bancoc. Dos 150 mil manifestantes que se reuniram no domingo, muitos estavam retornando a suas Províncias rurais. A polícia diz que apenas 30 mil permanecem acampados.

"Nós vamos continuar. As pessoas decidirão quanto tempo permaneceremos", disse Weng Tojirakarn, um dos líderes do protesto.

"Isto certamente é um sucesso. Nós temos que colocar conceitos de classe e duplos padrões na mente do público", completou.

"Quando a foto disso chegar a Abhisit, ele não vai ficar um pouco envergonhado de si mesmo?", perguntou Rung Suramanee, 76, após assistir um pastor amaldiçoar o premiê.

Histórico

A atual turbulência é sintoma de uma prolongada crise política que opõe, de um lado, os militares, os monarquistas e a elite urbana --que usam amarelo nos protestos e apoiam Abhisit; e do outro os seguidores de Thaksin, identificados pela cor vermelha, oriundos principalmente das classes trabalhadoras rurais, e que se sentem alienados pelo governo.

Thaksin, derrubado em 2006 em um golpe de Estado apoiado pelos camisas amarelas, foi condenado in absentia por corrupção e abuso de poder. Ele nega as acusações do exílio autoinfligido em Dubai.

Dois anos depois, os apoiadores de Thaksin voltaram ao poder por três meses. Na ocasião, confrontos entre apoiadores e opositores de Thaksin resultaram na ocupação e fechamento dos dois principais aeroportos de Bancoc por uma semana.

Há pouco mais de uma semana ele perdeu US$ 1,4 bilhão da sua fortuna pessoal estimada em US$ 2,3 bilhões após a Justiça tailandesa concluir que esse dinheiro teve origem ilegal. Os seus simpatizantes afirmam que o julgamento foi político.

Antes de tornar-se primeiro-ministro, Thaksin já era bastante rico e possuía, entre outros negócios, a companhia de telecomunicações Shin Corp. A empresa foi vendida ao fundo soberano Tamasek, de Cingapura, em janeiro de 2006, numa operação controversa que acabou desencadeando os protestos que resultaram em sua queda.

O movimento dos camisas vermelhas, que em abril passado forçou uma cúpula asiática a ser trocada de local e protagonizaram os piores episódios de violência em 17 anos, anunciavam há semanas uma grande manifestação de apoio em Bancoc, em 14 de março.

Com agências internacionais

 

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