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22/03/2004 - 11h00

Oposição israelense classifica como "erro" morte do xeque Yassin

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da France Presse, em Jerusalém

O assassinato do xeque Ahmed Yassin, 67, fundador e líder espiritual do grupo extremista islâmico Hamas, é um "erro", declarou hoje o chefe da oposição trabalhista israelense, Shimon Peres.

"Se eu fosse membro do governo, teria votado contra a decisão. Penso que é um erro", declarou Peres, ex-premiê, prêmio Nobel da Paz e principal idealizador dos acordos de paz de Oslo (1993), diante dos deputados do Partido Trabalhista reunidos na Knesset (Parlamento).

O Exército israelense fechou hoje os territórios palestinos da Cisjordânia e da faixa de Gaza, após matar Yassin, informou um comunicado militar.

Yassin foi morto hoje de manhã em uma operação de "assassinato seletivo" efetuada por helicópteros israelenses, que deixou outros sete mortos e 15 feridos, incluindo dois de seus filhos, provocando ódio, ameaças de vingança e uma forte tensão nos territórios palestinos.

Yassin foi morto em sua cadeira de rodas na saída da mesquita do bairro de Sabra, em Gaza, onde tinha ido para a oração matinal. Um helicóptero israelense disparou três foguetes.

O Exército israelense confirmou em um comunicado sua responsabilidade no assassinato, enquanto milhares de palestinos saíam às ruas para manifestar sua ira.

Autorização

Segundo a rádio pública israelense, o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, deu pessoalmente sua autorização para o assassinato do xeque Yassin e supervisionou a operação.

O gabinete de segurança israelense decidiu intensificar suas operações contra os movimentos radicais palestinos em represália a um duplo ataque no porto israelense de Ashdod na terça-feira passada (16), que deixou dez mortos.

Este duplo ataque, contra um alvo considerado por Israel como "estratégico", foi reivindicado conjuntamente pelo Hamas e pelas Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligadas ao Fatah, de Iasser Arafat.

Represália

O Izzedin al Qassam, braço armado do Hamas, prometeu em um comunicado um "terremoto" como represália. "Quem tomou a decisão de assassinar o xeque Ahmed Yassin, decidiu de fato matar centenas de sionistas", afirmou o Izzedin al Qassam no comunicado, que inclui uma ameaça velada aos EUA.

"Os sionistas não cometeram este ato sem obter sinal verde da administração norte-americana terrorista e esta deve assumir a responsabilidade por este crime", disse.

O comunicado afirma que a retaliação ao assassinato do xeque Yassin vai ultrapassar os limites dos territórios palestinos e de Israel. "Todos os muçulmanos do mundo islâmico se honrarão de participar da resposta a este crime", afirmou.

EUA

Em Washington, o governo americano fez um apelo a todas as partes do conflito entre israelenses e palestinos para que mantenham a calma e mostrem sua moderação.

"Os Estados Unidos pediram a todas as partes que mantenham a calma e exercitem a moderação", disse um funcionário do Departamento de Estado, que pediu para não ser identificado.

"Estamos analisando as circunstâncias e estamos em contato com autoridades israelenses e palestinas", declarou.

A rádio israelense falou de disparos de foguetes Qassam hoje contra Israel, o que não foi confirmado por fontes militares.

A rádio disse ainda que a polícia israelense, os principais hospitais do país e as prisões, onde milhares de militantes do Hamas estão detidos, foram colocados em estado de alerta.

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