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01/04/2010 - 14h39

China diz que relação com Irã é importante e não confirma apoio a sanções

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da Folha Online

O ministro de Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, afirmou nesta quinta-feira ao negociador iraniano para assuntos nucleares, Saeed Jalili, que visita o país, que a relação bilateral é "muito importante". Mais cedo, o porta-voz do Ministério, Qin Gang, não quis confirmar relatos dos Estados Unidos de que a China finalmente cedeu à pressão e aceitou discutir a quarta rodada de sanções contra o programa nuclear do Irã.

"Sua visita neste momento é muito importante", disse Yang, antes do encontro formal com Jalili. "Nós damos muita importância para as relações da China com o Irã".

Pouco depois de chegar a Pequim, Jalili fez declarações similares. "A relação entre Irã e a China é muito importante e é muito importante que nossos dois países cooperem em todos os assuntos", disse o iraniano que, assim como Yang, não citou o tema das sanções.

A China passou meses relutando em aceitar novas sanções ao programa nuclear do Irã, suspeito de manter o programa para fabricar armas, algo que Teerã nega. Como país com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), sua aprovação à quarta rodada de medidas punitivas é essencial.

A China depende do petróleo e do gás iraniano, que alimenta 11% de seu consumo de energia. Já o Irã tem na China seu maior parceiro comercial.

Para Jin Liangxiang, especialista em Oriente Médio do Instituto de Estudos Internacionais de Xangai, "as sanções agora parecem uma conclusão inevitável", pois "a probabilidade de a resolução passar no Conselho de Segurança é alta".

Mas Guo Xiangang, ex-diplomata chinês em Teerã, disse que Pequim provavelmente aceitará "algo um pouco mais duro (do que sanções anteriores), mas não muito duro".

"Continuará sendo principalmente um alerta simbólico ao Irã", afirmou Guo, hoje vice-presidente do governamental Instituto de Estudos Internacional da China.

Ele disse também que a China vai querer se certificar de que eventuais novas sanções não afetem seus acordos de energia e investimentos com o Irã.

Em cima do muro

Mais cedo, Qin não quis discutir detalhes da eventual sanção, dizendo que a China continua torcendo por uma solução diplomática. "A China está altamente preocupada com a atual situação e vai reforçar sua cooperação com todas as partes."

Na véspera, a embaixadora norte-americana na ONU, Susan Rice, confirmou que China concordou em iniciar as negociações com os outro quatro membros permanentes do Conselho de Segurança, mais a Alemanha, sobre a quarta rodada de sanções contra o Irã.

"Este é um progresso, mas as negociações ainda têm de começar para valer", disse Rice à rede de TV CNN.

O Irã recusou um projeto de acordo apresentado pelas seis potências em outubro do ano passado, com a mediação da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA). O projeto previa que a entrega por parte do Irã à Rússia de 1.200 quilos de urânio enriquecido a 3,5% para o enriquecimento a 20%, antes de ser transformado pela França em combustível para o reator de pesquisas de Teerã, que fabrica isótopos para produtos médicos.

Teerã justificou a recusa com a afirmação de que o projeto de acordo não apresentava as garantias necessárias para a entrega do combustível. Depois disso, o país apresentou uma contraproposta para um intercâmbio gradual e oscilou acenos de diálogo com duras declarações sobre a soberania de seu programa nuclear.

Com a paralisação das negociações, o Irã começou a enriquecer o urânio a 20% em fevereiro passado, mesmo diante da repreensão das potências. Desde então, os EUA lideram uma campanha pela nova rodada de sanções.

A Rússia, outro membro relutante com as sanções ao Irã, cedeu e admitiu a possibilidade de aprovar o novo pacote. O último obstáculo era justamente a China que, segundo diplomatas, está vagarosa e relutantemente aproximando sua postura com a das demais potências sobre o Irã.

A ideia de Washington é que o novo documento fosse aprovado até o próximo mês, antes de uma conferência da ONU sobre o Tratado de Não Proliferação, marcado para maio. Fontes ligadas ao processo dizem, contudo, que as negociações devem ser arrastadas até junho.

Com agências internacionais

 

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