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Presidente quirguiz deposto deixa Cazaquistão sem revelar destino
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da Reportagem Local
O presidente deposto do Quirguistão, Kurmanbek Bakiyev, deixou nesta segunda-feira o Cazaquistão e não revelou seu destino, informou o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores cazaque, Askar Abdrajmanov.
Bakiyev foi deposto após manifestações da oposição na capital quirguiz, Bishkek, em 7 de abril, marcadas por violentos confrontos que deixaram ao menos 83 mortos. Rosa Otunbayeva, ex-ministra de Relações Exteriores, assumiu como chefe do governo provisório autoproclamado e prometeu convocar eleições em seis meses.
Ele apresentou sua renúncia em uma carta escrita à mão na sexta-feira passada (16), um dia após fugir para o vizinho Cazaquistão, país que preside a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), entidade que intermediou a solução do conflito.
"Pelo que eu sei, Bakiyev deixou o território do Cazaquistão", disse Abdrajmanov, citado pela agência de notícias russa Interfax.
Abdrajmanov disse que as autoridades do Cazaquistão não sabem para onde Bakiyev foi. O que o porta-voz soube informar é que Bakiyev "seguramente" deixou o Cazaquistão acompanhado de sua mulher e dois de seus filhos.
Neste domingo, o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, declarou a disposição de seu país de receber Bakiyev --o que poderia exacerbar a tensa relação dp país com o ocidente, assim como sua difícil relação com a vizinha Rússia.
Outro possível destino são os Emirados árabes Unidos, onde acredita-se que Bakiyev tenha propriedades.
Revoluções
O presidente chegou ao poder graças à Revolução das Tulipas, que há cinco anos derrubou o primeiro presidente do Quirguistão pós-soviético, Askar Akayev, acusado de corrupção, nepotismo e reprimir a oposição.
Cinco anos depois, Bakiyev está enfrentando acusações semelhantes de uma oposição que diz que ele tem sacrificado as normas democráticas para manter a paz e consolidar o poder nas mãos de seus irmãos e filho.
Bakiyev, do sul do país, irritou os clãs de Bishkek, Talas e outras regiões ao apontar seus próprios aliados para cargos importantes.
Alguns observadores sugeriram que a Rússia teve um papel direto na queda de Bakiyev, como retaliação pela promessa não cumprida do presidente quirguiz de acabar com a base aérea americana no país --a Rússia também tem uma base aérea no país.
Tanto os EUA quanto a Rússia estavam envolvidos no acordo pelo qual Bakiyev pôde fugir ao Cazaquistão, mas nenhum declarou apoio ao líder deposto.
O governo provisório ameaça prender e julgar Bakiyev pela morte dos manifestantes durante os confrontos entre forças de segurança e os manifestantes da oposição.
Com agências internacionais
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